quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Estamos de pé - Com a chegada ao número 100 atingimos a missão (im) possível

O Jornal que o leitor tem agora em mãos é o número 100 do diário moçambicano "O Observador". É! É isso mesmo! Entre o ódio, o carinho, a amizade e, sobretudo muita canseira, eis que atingimos a chapa 100, o que, para nós, equivale ao cumprimento da missão (im) possível de entregar a Carta a Garcia.

100 jornais, 100 dias, sem medos (por Orlando Castro)

Quando o Jorge Eurico me disse que ia lançar, em Moçambique, um Jornal fiquei com a certeza de que, do ponto de vista jornalístico (as matérias económica e financeira são contas de outro rosário), o projecto seria um sucesso. E assim aconteceu. O Jorge é daqueles Jornalistas cuja integridade e profissionalismo são à prova de bala. Creio, aliás, que poderá ser Director de qualquer jornal de qualquer país, tal é a sua capacidade de dar voz a quem a não tem, tal é a sua força para manter viva a tese (tão rara nos tempos que correm) de que dizer o que pensamos ser a verdade é o melhor predicado dos Jornalistas.

Que venham mais 100 OBS (por Eugénio Almeida)

Desde que o Homem aprendeu a se conhecer que houveram factos que o caracterizaram. À partida, e desde logo, a capacidade de se tornar interlocutor e comunicar entre si. Mas outros, não menos importantes, igualmente acontecerem. Um, e talvez dos primeiros, terá sido o descobrimento do efeito do fogo que tanto o protegia do frio como lhe permitia melhor saborear a comida. O outro poderá ter sido o descobrimento da roda que lhe permitia mover objectos volumosos e pesados entre dois ou mais pontos e fazer trocas entre si. Um outro, e este talvez derivado do anterior, foi ter conseguido ser comerciante e por via disso inventar um sistema interessante. Hoje em dia ser comerciante exige alguns determinados requisitos como, por exemplo, falar, escrever e apontar. Ora o comerciante dos primórdios do Homem já se comunicava mas não necessitava de escrever. Isso só iria ser necessário descobrir largos anos depois quando alguns decidiram que a transmissão oral da História cansava e tolhia a sua capacidade para outros fins, como a caça, a guerra ou o divertimento – cada um diverte-se como sabe. Pois o que o Homem descobriu foi o número!

O n.º 100! (por Joffre Justino)

O N.º 100, para qualquer periódico significa, antes do mais, que se quer estar presente, que se tem um projecto, uma linha editorial, e que se busca mantê-lo. Significa, pois também, persistência, vontade, empenho. (nunca consegui estar num projecto editorial, e estive em vários, onde tivesse conseguido atingir o n.º 100...sei portanto do que falo...). Não quis deixar, assim, de estar presente neste n.º 100 do "O Observador", dado o convite.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Angola (ainda) não honra o seu passado nem a sua História (por Eugénio Almeida)

Há 32 anos, Angola, numa difícil noite de 11 de Novembro de 1975, ascendia à sua independência como Estado e como uma República embora politica e militarmente dividida mas unida na mesma génese: a Liberdade. Comemoremos pois mais um dia da Dipanda e esperemos – diria mais, desejamos –, que os nossos políticos meditem sobre o dia Nacional e se lembrem que os Angolanos só pensam numa única cláusula, por sinal a maior delas todas, como pessoas, como cidadãos e como Mulheres e Homens que se querem livres: ANGOLA. Queremos uma Angola realmente livre, justa, fraterna e enorme!

Sida (ainda) mata que se farta

Mais de 10 milhões de moçambicanos abaixo de 18 anos, 1,6 milhão são órfãos. Destes, 380 mil perderam um ou ambos os pais para a Sida.

BEI ajuda a "matar" a sede a 700 mil pessoas

O projecto de abastecimento de água vai permitir levar água para mais de 700 mil pessoas nas cidades de Maputo e Matola.

Em memória de Carlos Cardoso - Antes e hoje, da censura à autocensura (Por Orlando Castro)

Antes, e ainda há no activo quem disso se lembre, havia a censura. Hoje não há censura, há autocensura. Antes havia a censura, hoje há os critérios editoriais. Antes havia censura, hoje há audiências. Antes havia censura, hoje há lucros. Antes havia Jornalismo, hoje há comércio jornalístico.