sábado, 5 de janeiro de 2008

Cheias: Situação tende a piorar, Governo destaca equipa

As autoridades moçambicanas destacaram hoje uma equipa do executivo central para dar assistência aos governos provinciais das regiões de Moçambique já em alerta vermelho devido às cheias que atingiram 55.000 pessoas e tendem a piorar.
A equipa é liderada pelo ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Aires Aly, que, na qualidade de membro do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, se encontra em Nova Mambone, vila de Inhambane, Sul, também afectada pelas cheias que assolam sobretudo o Centro e Norte do país.
A equipa pretende igualmente analisar a resposta dada pelas autoridades locais, bem como capacitá-las para, de "forma sustentável, enfrentar a situação das cheias", disse Aly.
Informações disponíveis até ao momento dão conta de que as regiões atingidas poderão continuar submersas, devido à contínua queda de chuvas no Zimbabué, Zâmbia e Malawi, países vizinhos de Moçambique, e às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, em Tete, centro do país.
Pelo menos 2.500 famílias foram resgatadas das zonas ribeirinhas, consideradas de risco. O governador de Sofala, Alberto Vaquina, afirmou há dias que três pessoas morreram por afogamento, mas um porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já desmentiu a notícia, afirmando que, até ao momento, não se registou nenhuma morte directa em consequência das cheias.
Quinta-feira, o Governo moçambicano activou o alerta vermelho, ainda em vigor, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência (CNOE) para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco.
O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08.
O CNOE coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias. O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária.
Contudo, as autoridades moçambicanas afastam, para já, a hipótese de lançar um apelo internacional.
A situação das cheias na região centro e norte de Moçambique tende a atingir proporções alarmantes, facto que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência.
Dados oficiais divulgados em Maputo indicam que o nível das quatro Bacias Hidrográficas continuará acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malawi, regiões de onde vêm grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique.
A bacia do rio Save, a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, continuam inundadas, enquanto as bacias do Búzi e do Púngoe, ambas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, tendo já sido cortadas algumas vias de acesso rodoviário.
Em 2007, as cheias em Moçambique provocaram pelo menos 29 mortos e cerca de 60.000 deslocados.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Moçambique e Cabo Verde destacaram papel de Portugal

Os embaixadores de Cabo Verde e de Moçambique em Lisboa destacaram hoje a importância de Portugal na formação dos seus quadros durante uma cerimónia de boas-vindas, na Universidade Lusófona, a 40 bolseiros cabo-verdianos e moçambicanos. "Portugal tem tido um papel muito importante. São gerações e gerações de quadros cabo-verdianos que se têm formado nas universidades portuguesas", disse o embaixador de Cabo Verde, Arnaldo Ramos.
De acordo com o diplomata, a cooperação com as universidades portuguesas "é um factor importante na caminhada que Cabo Verde tem feito para o desenvolvimento e que se reflecte na recente graduação das Nações Unidas".
Desde 1 de Janeiro, Cabo Verde deixou de fazer parte do grupo dos Países Menos Avançados (PMA), a que pertencia desde 1977, para passar a ser um País de Desenvolvimento Médio. "Esta graduação desmente o 'afro-pessimismo', que considerava que África não teria hipóteses de desenvolvimento e estava condenada ao fracasso", sublinhou Arnaldo Ramos.
Por seu lado, o embaixador de Moçambique em Lisboa, Miguel Mkaima, destacou à Lusa que Portugal é um "elemento fundamental" na formação de quadros moçambicanos, nomeadamente pela facilidade da língua. Disse ainda que, no âmbito "deste mundo global, as universidades moçambicanas aproximam-se cada vez mais das universidades europeias, americanas e asiáticas".
A Universidade Lusófona deu hoje as boas-vindas aos 40 bolseiros moçambicanos e cabo-verdianos que escolheram Portugal para prosseguir os seus estudos. Bruno Moreira, cabo-verdiano, é um desses bolseiros e chegou a Lisboa com o sonho de tirar o curso de Engenharia Biotecnológica e de ajudar no desenvolvimento do seu país. "Para mim foi um factor predominante para o meu sucesso (vir estudar para Portugal) e espero que outros alunos cabo-verdianos tenham a mesma hipótese que eu", disse o estudante. "O conselho que deixo para alunos cabo-verdianos, da CPLP e dos PALOP, é que se esforcem para que possam ter uma oportunidade destas", acrescentou.
Também a moçambicana Lúcia Capitine, que vai estudar Psicologia, se mostrou muito satisfeita com a oportunidade de estudar em Portugal e, à semelhança da grande maioria dos bolseiros, não hesitou em dizer que o objectivo é regressar a Moçambique para ajudar no seu desenvolvimento.
Turismo, Arquitectura, Engenharia Informática, Engenharia Civil, Ciências Políticas, Comunicação, Marketing e Publicidade, Engenharia Biotecnológica, Psicologia e Contabilidade e Auditoria são os cursos que os 40 bolseiros vão tirar na Universidade Lusófona.

Cheias: Governo lança alerta vermelho para região centro do País

O Governo moçambicano activou o alerta vermelho devido às cheias no centro do País, que afectaram já 55.000 pessoas, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco.
O porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Bonifácio António, admitiu que a situação de cheias no centro de Moçambique vai piorar nos próximos dias, devido às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e às chuvas nos países vizinhos, embora adiantando que poderá haver um período de estabilidade.
O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08.
O Centro Nacional Operacional de Emergência coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias. O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária. Contudo, as autoridades moçambicanas afastam para já a hipótese de lançar um apelo internacional.
O ministro da Administração Estatal indicou que a capacidade interna em meios humanos está já a ser usada na totalidade, situação que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência. "Estamos, neste ano, a registar uma situação anormal em relação ao comportamento chuvoso. Nunca tivemos uma situação de, neste período do ano, termos quase todos os grandes rios que atravessam o país a transbordarem", disse Lucas Chomera. "Os solos já estavam saturados e as chuvas vieram complicar a situação e tudo indica que teremos ainda grandes problemas", admitiu.
Segundo dados oficiais divulgados em Maputo, a situação nas quatro Bacias Hidrográficas continua acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malaui, regiões de onde vem grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique. "Neste momento os rios Save, Búzi, Púngue e Zambeze, apresentam níveis hidrométricos acima do nível crítico em quase todas as estações de observação", anunciou o INGC em comunicado.
Na bacia do Save estão inundadas a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, enquanto na bacia do Búzi está inundada a vila do Búzi e na bacia do Púngue, todas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, ameaçando cortar vias de acesso.
Na bacia do Zambeze as inundações atingem algumas áreas dos distritos de Mutarara, Marromeu, Caia, Chinde e Mopeia. Em consequência das inundações nestas bacias, mais de 55.000 pessoas foram afectadas, das quais cerca de 13 mil estão nos centros de reassentamento e as restantes encontram-se temporariamente abrigadas em escolas ou outras instituições públicas.

Fundação Carr vai continuar a apoiar Parque da Gorongosa

A fundação norte-americana Carr comprometeu-se em aplicar 30 milhões de dólares nos próximos dez anos no Parque Nacional da Gorongosa, afirmou à agencia noticiosa moçambicana AIM o ministro do Turismo, Fernando Sumbana.
Esse dinheiro, continuou o ministro, será aplicado na renovação da fauna do parque, na construção de três acampamentos para turistas, dois dos quais de luxo, e na formação dos guardas florestais e do restante pessoal.
Sumbana disse ainda que desde 2005 a Fundação Carr já aplicou seis milhões de dólares, que "foram usados na criação das condições básicas de funcionamento do parque", tais como o desenvolvimento de infra-estruturas básicas. O ministro adiantou que o Governo já identificou um parceiro para gerir o parque e impedir a sua degradaçao. E sublinhou que a Gorongosa tem características "muito especiais", como não menos de 54 eco-sistemas, incluíndo o lago Urema, o rio Pungué, o planalto Cheringoma e a própria zona montanhosa Gorongosa.
A previsão governamental é que a partir do quinto ano após a sua recuperação, o Parque Nacional da Gorongosa comece a receber 500 mil turistas por ano proporcionando receitas de 75 milhoes de dólares, tendo por base uma permanência média de três dias e um custo diário de 50 dólares.
O parque da Gorongosa, que foi praticamente destruído durante a Guerra Civil, foi encerrado em 1982 e mesmo após o final da Guerra Civil era uma zona de actuação dos caçadores furtivos tendo, apenas em 1995, o Governo começado a reestabelecer a sua autoridade sobre o parque.

Organização holandesa investe no turismo na ilha de Moçambique

Trezentos e vinte e quatro milhões de dólares vão ser investidos nos próximos dois anos em projectos turísticos na parte continental do munícipio da ilha de Moçambique, província de Nampula, informou o jornal Notícias, de Maputo.
O jornal adianta que o projecto é da organização holandesa African Riviera, que tem como um dos parceiros a empresa dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, detentora de infra-estruturas naquela região.
No decurso de um encontro sobre harmonização dos projectos de investimento realizado na ilha de Moçambique, Lisa Saint Aubin, ligada à African Riviera, revelou que aquele montante será aplicado na edificação de um hotel flutuante no mar que separa a zona continental do Lumbo e a cidade da Ilha de Moçambique.
Na zona continental do Lumbo, será erguido um hotel de cinco estrelas no local onde funcionou a primeira unidade hoteleira edificada em Moçambique, actualmente em escombros, pertença da empresa Portos e Caminhos de Ferro.
Lisa Saint Aubin revelou ainda que para garantir a formação de parte considerável do pessoal que vai trabalhar no ramo de turismo na zona da Ilha de Moçambique, o projecto da sua organização prevê a construção de um restaurante – escola, vocacionado a formação na área de hotelaria, incluindo agricultura.
Todas as obras incluídas no projecto da African Riviera deverão arrancar definitivamente dentro dos próximos dois anos. De acordo com Lisa Saint Aubin, está em curso a elaboração do estudo de impacto ambiental para posterior entrega ao Governo para aprovação.
A African Riviera está actualmente a construir um complexo hoteleiro na Cabaceira Grande, no distrito de Mossuril, avaliado em 1,6 milhões de dólares.

Grindrod compra acções de empresa portuguesa no porto de Maputo

A empresa sul-africana Grindrod adquiriu os 24,25 por cento de acções que os portugueses da Liscont detinham no terminal de contentores do porto de Maputo, noticiou recentemente o diário "Business Report" de Joanesburgo.

Segundo o jornal, um porta-voz da Grindrod confirmou que a empresa, em parceria com a Dubai Ports World (DPW), assumiu controlo de 36,25 por cento da Portus Indico, a empresa concessionária do terminal contentores do porto de Maputo, sendo incluídos no negócio os 12 por cento que eram detidos pelos suecos da Skanka, ex-sócios dos portugueses num dos portos com maior potencial de crescimento em toda a África.


Embora a Grindrod se tenha escusado a divulgar as verbas envolvidas, o "Business Report" cita a empresa Thomson Financial para referir que a Liscont recebeu 15 milhões de euros pela venda, enquanto os suecos da Skanka venderam os seus 12 por cento por 105 milhões de coroas suecas (11,2 milhões de euros).

A Grindrod e a Dubai Ports World detêm agora 48,5 por cento cada da Portus Indico, sendo os restantes 03 por cento detidos por um investidor moçambicano. A Portus Indico, por seu turno, detém 51 por cento da Maputo Port Development Company (MPDC), que administra a totalidade do porto da capital moçambicana em parceria com a empresa nacional caminhos-de-ferro CFM.
O porto de Maputo manuseava no início da década de 70 (1970) 15 milhões de toneladas de mercadorias/ano, tendo em 2006 atingido a melhor marca desde a independência e subsequente guerra civil, com 6,5 milhões de toneladas.
Os investidores olham com enorme optimismo para o porto de Maputo, já que ele poderá constituir cada vez mais uma alternativa viável para os importadores e exportadores da província economicamente mais forte da África do Sul, Gauteng.
Situada a pouco mais de 500 quilómetros de Gauteng (província que abrange Joanesburgo e Pretória), o porto da capital moçambicana pode ser utilizado de forma crescente pelas empresas sul-africanas uma vez que o maior porto sul-africano e do continente, Durban, mais ou menos à mesma distância, está a atingir a sua capacidade máxima e luta com problemas de expansão devido à falta de espaço já que a cidade estrangulou o porto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Três mortos por afogamento e 21 mil hectares de culturas destruídas

Três pessoas morreram por afogamento no distrito de Nhamantanda, na província de Sofala, na sequência das cheias que já atingiram 8.000 pessoas e destruíram 21.000 hectares de culturas na zona centro de Moçambique.
O governador de Sofala, Alberto Vaquina, afirmou hoje que duas crianças morreram por afogamento, enquanto um adolescente foi arrastado pelas águas no distrito de Nhamatanda, onde aproximadamente 2.200 famílias foram atingidas pelas inundações e 600 casas destruídas parcial ou totalmente.
Vaquina descreveu a situação como "crítica", pois, disse, várias infra-estruturas estão submersas e há a iminência de, nos próximos dias, as águas do rio Púnguè destruírem algumas vias de acesso que ligam as diferentes regiões da província de Sofala.
No entanto, o governador de Sofala assegurou que diversas comunidades estão a ser transferidas para zonas seguras. Segundo a Rádio Moçambique, cerca de 7.000 pessoas do distrito de Machanga, uma das regiões afectadas pelas chuvas, necessitam de 8.000 toneladas de alimentos devido à destruição de culturas diversas na zona.
Quarta-feira, o director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Paulo Zucula, disse que as bacias hidrográficas dos rios Zambeze, Púnguè, Buzi e Save ultrapassaram os níveis de alerta e estimou em 25.000 o número de pessoas que serão afectadas pelas inundações.
Desde o início de Dezembro, mais de uma centena de famílias foram desalojadas após as descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e da queda de chuvas no Zimbabué e Malawi, países vizinhos de Moçambique.
Também quarta-feira, o director do INGC afirmou que os rios de Moçambique "estão acima do nível crítico", acrescentando que, nalguns deles, "há uma situação clara de inundações". Exemplificando, apontou que o nível do rio Save - que nasce no Zimbabué, corre para sul e depois atravessa Moçambique de oeste para leste, desaguando no Oceano Índico - viu o seu caudal subir mais de sete metros, contra os 5,5 metros que são considerados normais.
O rio Buzi também transbordou inundando Govuro e Machanga, na província de Sofala, distritos que ficaram sem comunicação com o resto do país, situação que forçou a retirada da maior parte da população, que se albergou nas escolas e igrejas.
O Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique admitiu hoje a ocorrência de mais chuvas nos próximos dias na zona centro e nos países vizinhos, onde nascem alguns dos rios, cujos caudais já ultrapassaram os níveis considerados de alerta, culminando em cheias no centro do país.
As previsões meteorológicas apontam para a possibilidade de o rio Zambeze também transbordar durante o mês de Janeiro. O director do INGC previu três cenários para os próximos meses: o pior, que poderá atingir um milhão de pessoas em toda a zona centro do país e parte da região sul, o médio, afectando um máximo de 700.000 pessoas, e o ideal, aliás, um cenário que se repete todos os anos, que eventualmente atingirá 50.000 moçambicanos.
Além dos distritos e vilas do centro do país que estão isolados, estima-se que, pelo menos 42.000 pessoas estejam em risco por ainda se encontrarem nas ilhas e nas margens nas províncias da Zambézia, Sofala e Manica.
O INGC pretende que, até ao final deste ano, mais de 30 mil pessoas residentes nas ilhas e nas zonas baixas da região do Vale do Zambeze se instalem definitivamente nos centros de realojamento criados em Janeiro de 2007.
O Governo moçambicano estimou em 20,4 milhões de euros o valor necessário para um plano de emergência destinado a apoiar os afectados pelas cheias e ciclones que se prevê que ocorram entre os meses de Janeiro e Março deste ano.

Cerca de 200 mil jovens nos postos de recenseamento militar

Cerca de 200 mil moçambicanos são chamados a participar, a partir de hoje, no recenseamento militar obrigatório que decorre em Moçambique. O registo dos jovens de ambos os sexos - que completam 18 anos até Dezembro deste ano - será feito nos centros de recrutamento das 11 províncias moçambicanas e nos consulados no estrangeiro e visa proceder à sua integração nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).


A operação será alargada aos cidadãos até aos 35 anos que, por diversos motivos, não se tenham recenseado em ocasiões anteriores. Um comunicado do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique indica que o cidadão que não se apresentar ao recenseamento militar no período e locais indicados deverá procurar regularizar a sua situação nos 30 dias subsequentes à data de 28 de Fevereiro.


Na nota adverte-se que caso o cidadão abrangido não se apresente no posto de recenseamento militar e não regularize a sua situação nos prazos referidos será considerado faltoso, ficando sujeito a sanções nos termos da lei.


Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique, Joaquim Mataruca, explicou que uma das penalizações é o impedimento de se matricular em qualquer estabelecimento de ensino.


Segundo Mataruca, a certidão de censo militar é não só exigido para a matrícula escolar, como para o pedido de passaporte. O actual efectivo do exército de Moçambique atinge os 18 mil homens, depois da maioria das antigas tropas governamentais da FRELIMO e da guerrilha da RENAMO, hoje principal partido da oposição, terem preferido a desmobilização à integração no exército unificado definido no Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em Outubro de 1992.

No âmbito do referido acordo, que pôs termo a 16 aos de guerra civil no país, as FADM deviam ser compostas por 30 mil homens, metade das forças regulares (governamentais) e os outros 15 mil da guerrilha.

O actual modo de ingresso nas FADM continua a dividir a FRELIMO e a RENAMO, com o partido no poder a defender a manutenção do serviço militar obrigatório e a oposição a advogar a inserção voluntária, como primeira etapa para a profissionalização do exército.

Onze pessoas desaparecidas há três dias em naufrágio de pesqueiro

Onze pessoas estão dadas como desaparecidas na sequência do naufrágio do pesqueiro em que seguiam, na madrugada de segunda-feira, ao largo do centro de Moçambique, segundo elementos das equipas de salvamento citados pela imprensa moçambicana.
Os desaparecidos fazem parte do total de 21 pessoas que se encontravam a bordo da embarcação, "Pérola II", que naufragou cerca das 04:00 horas de Maputo (02:00 horas de Lisboa), por razões ainda desconhecidas.
Segundo a imprensa moçambicana, dez foram resgatadas do mar na segunda-feira, logo após o naufrágio. Fontes ligadas à equipa de salvamento, supõem que os 11 desaparecidos estejam fechados em compartimentos da embarcação.
Desconhecem-se ainda as causas do naufrágio, aventando-se a hipótese da embarcação, que provinha da Ilha de Chiloane, uma das mais importantes áreas de pesca no banco de Sofala, tenha embatido num banco de areia.