sábado, 26 de janeiro de 2008

Cheias podem esvaziar de vez Vale do Zambeze

As duas cheias consecutivas que assolaram o centro de Moçambique em 2007 e 2008 poderão culminar no êxodo de mais de 250 mil pessoas ao longo de todo o vale do Zambeze e na reconfiguração da região.
No ano passado, a alta das águas do rio Zambeze já provocou a deslocação de cerca de 160 mil pessoas na região. Este ano, a contagem oficial já supera as 90 mil. Estima-se que vivam no vale do Zambeze cerca de 260 mil pessoas.
Em sua maioria, os desabrigados pelas cheias - habitantes das zonas baixas ao longo do vale do rio Zambeze - foram acolhidos em locais designados pelas autoridades moçambicanas como "centros de reassentamento" (o termo "acomodação", usado no ano passado, foi abandonado por sugerir caráter transitório).
O objetivo do Governo moçambicano, segundo João Ribeiro, director-adjunto do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC) de Moçambique, é motivar as pessoas transferidas para os centros de reassentamento a se fixarem definitivamente nesses locais e não voltarem às áreas de risco.
A intenção das autoridades moçambicanas é fazer destes locais uma espécie de novas localidades no mapa de Moçambique, com "pólos de reconstrução e de desenvolvimento" na região. Para isso, os recém-chegados recebem pedaços de terra.
Está sendo equacionada - em alguns locais, até executada - a substituição das tradicionais construções de madeira por habitações de tijolo, bem como o fomento de actividades que possibilitem um rendimento para a população, como agricultura e artesanato.
Tal como no ano passado, o maior desafio das autoridades moçambicanas é evitar o regresso em massa das milhares de pessoas que agora fogem das cheias do Zambeze (na maioria, pequenos agricultores de subsistência) às regiões baixas, às quais estão ligadas há várias gerações.
Nas partes mais baixas, a fertilidade da terra é superior à das zonas altas, onde se situam os centros de reassentamento.Há quem considere, como o padre espanhol Fernandez Prieto, responsável pela missão católica de Murraça, uma das zonas mais afectadas pelas cheias no vale do Zambeze, que este êxodo era evitável se houvesse uma gestão mais eficaz das descargas efectuadas pela barragem de Cahora Bassa.
"As cheias aqui não são por causa das chuvas, são só por causa de Cahora Bassa. Cahora Bassa quer estar sempre cheia. Se eles querem guardar tudo isso por causa do negócio da electricidade, então deveriam pagar as casas destruídas", diz o religioso.
"Se começa a chover e o rio sobe, a gente vê isso devagarzinho. Mas Cahora Bassa vem de repente, às vezes durante a noite. Não há tempo para tirar nada. Só agarrar as crianças", acrescenta.
Em Murraça desde 1967, o padre vai mais longe e afirma: "Isto é desejado, para tirar as pessoas dos seus lugares. Há uma intenção clara do Governo de tirar aquela gente toda dali".
Para o missionário a intenção é "expulsar os camponeses e dar as terras a empresas"."Isso não é verdade, nem no ano passado, nem este ano", refuta João Ribeiro, elogiando a hidroelétrica de Cahora Bassa pela gestão que tem feito das descargas de água em direção ao vale do Zambeze.

Cáritas Portuguesa ajuda vítimas das cheias

Face ao agravamento das condições de sobrevivência criado às populações do Vale da Zambézia devido ao recrudescimento das cheias, a Cáritas Portuguesa decidiu mandar transferir 25 000 Euros para a sua congénere moçambicana.

"Esta verba destina-se, essencialmente, a assegurar a prestação de cuidados básicos como são a alimentação, a saúde e a construção de abrigos temporários", refere comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A importância agora dispendida resulta dos recursos próprios da Cáritas Portuguesa. Segundo a organização católica para a solidariedade e assistência humanitária, estes recursos "podem ser acrescidos com a solidariedade dos portugueses".
As contribuições podem ser feitas através da Caritas local ou em qualquer balcão da Caixa Geral de Depósitos na conta “Caritas Socorro Moçambique” NIB: 0035 0697 0059 7240 1302 8.

O número de pessoas deslocadas pelas cheias no vale do Zambeze, centro de Moçambique, elevou-se para 77 150, enquanto as descargas efectuadas pela barragem de Cahora Bassa estabilizaram.

128 policias alvo de processos-crime em 2007

Mais de 180 agentes da polícia moçambicana em serviço em Maputo foram alvo de processos em 2007, 86 dos quais relacionados com envolvimento em crimes, segundo um balanço da corporação. Dos 182 processos instaurados no ano passado, 96 referem-se a processos disciplinares, além dos 86 ligados a práticas criminosas.

No ano em referência, a Polícia da República de Moçambique (PRM) abriu contra os seus agentes 32 processos por desobediência, 21 por abandono do posto, nove por extorsão, quatro por roubo, três por extravio de armas de fogo, sete por embriaguês e um por furto.

Na sequência desses delitos, 21 agentes incorrem na pena de expulsão e dois de despromoção, segundo o relatório. Em 2001, a corporação perdeu em Maputo por morte 69 membros, contra 44 em 2006, dos quais 66 polícias e três do quadro técnico comum.

Entre os polícias que morreram, incluem-se 21 oficiais, 11 sargentos e 34 guardas. O balanço da PRM alusivo a 2007 indica ainda que nesse ano, a instituição registou 2.130 casos de violência doméstica, face a 1.899 em 2006, uma subida de 13 por cento.

Daquele total de vítimas de violência doméstica em 2007, 367 são do sexo feminino, 1.271 do sexo masculino e 492 crianças. Ainda no mesmo ano, a polícia deteve 6.752 indivíduos por suspeita de envolvimento no crime, 54 dos quais estrangeiros, incluindo cidadãos da Etiópia, Zimbabué, Tanzânia, Uganda, entre outras nacionalidades.

A voz, o talento e o carisma de Mingas na prevenção da Sida

A cantora Elisa Domingas Jamisse, a Mingas, é uma das mais cultuadas celebridades em Moçambique. A sua música, uma mistura de afro com destaque para ritmos de origem chope, do Sul do País, embalou plateias no mundo todo. Com uma trajectória sólida e reconhecida, tanto em trabalhos a solo quanto em parcerias com ícones como Miriam Makeba e Jimmy Dludlu, Mingas arrancou aplausos no mega concerto em comemoração dos seus 30 anos de carreira em Maputo, em Dezembro.
Mas o seu percurso coincide com o desenrolar de outro capítulo importante na história de Moçambique. Enquanto o País assistia ao desabrochar da jovem artista, a SIDA também começava a ganhar espaço.
A pandemia tem hoje pouco menos de 30 anos. Na época pouco sabia-se sobre o tópico. Mingas faz parte de uma geração de artistas que viu carreiras interrompidas precocemente por causa da Sida – segundo ela, por falta de informação.
A cantora notou a SIDA quando passou a participar de digressões internacionais, em 1987. A doença já havia atingido a comunidade artística na Europa. Músicos de outras nacionalidades perguntavam sobre a epidemia em África. “Foi aí que vimos que havia alguma coisa grave, mas não tínhamos acesso à informação. Nós não sabíamos de nada”, lembra.
Ela recorda-se que, quando voltava à sua terra natal e comentava o assunto, era encarada com incredulidade. “Muitos achavam que a SIDA era apenas uma história para que a população diminuísse o número de parceiros, ou comprasse mais preservativos, ou tivesse menos filhos”, conta.
Segundo Mingas, devido ao estilo de vida, artistas – músicos, artistas plásticos, actores, escritores – tornaram-se uma comunidade particularmente vulnerável ao HIV. “Pela natureza do nosso trabalho, somos rodeados de fãs, e muitos artistas descuidam-se, não se protegem. Perdemos vários músicos por causa da SIDA”, conta.
Com o avanço da epidemia, os artistas passaram a abordar o tema nas suas canções, telas e novelas. Porém, destacou Mingas, contraditoriamente esse engajamento no discurso não acompanhou a acção. “Muitos não conseguem diminuir o número de parceiros ou não praticam sexo seguro”, afirma.
“Nós participamos de campanhas, cantamos, escrevemos, mas ainda não mudamos o comportamento.” Uma das iniciativas para mudar essa situação foi a fundação, em Janeiro, do Fórum Artistas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral Contra HIV e SIDA (SAAAF).
O SAAAF é resultado de uma declaração feita por artistas de Moçambique, Lesoto, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue num festival em Harare, Zimbábue, em Novembro de 2007. O Fórum fará pesquisa sobre HIV e SIDA e fornecerá dados sobre artistas a viver com a doença, além de criar uma rede de contactos com outras organizações de serviços para o HIV na região.
“Eu acho que mais pessoas e mais envolvimento para falar desse problema é o que é necessário”, diz Mingas. A nova instituição também abordará os governos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a comunidade internacional e indivíduos para auxiliar os artistas a lidar com a pandemia e capacitar o comité executivo a alcançar os seus objectivos. Uma das tarefas do Fórum é encorajar todos os artistas a submeterem-se à testagem voluntária e garantir que eles recebam o apoio necessário.
“Os artistas não têm conseguido ajuda das organizações existentes”, disse o artista Setephen Chifunyise, porta-voz do Fórum. “Como resultado, muitos morreram em silêncio e isolamento, sem suporte dos seus colegas, organizações de arte e instituições que trabalham com HIV.”
Apesar dos esforços feitos em relação à SIDA em Moçambique, Mingas reclama das campanhas. “Algo está a falhar, porque os índices de contágio continuam altos em algumas regiões do país”, diz. “Devemos ´moçambicanizar´ as mensagens relacionadas à SIDA para que todos as percebam sem dificuldades.”
Por isso, ao ver a epidemia espalhar-se em Moçambique, resolveu colocar em prática o seu talento e usar a sua voz inconfundível para falar sobre o assunto. O alcance universal da música e o seu carisma como artista eram perfeitos para a tarefa. O seu engajamento rendeu-lhe em 2002 a participação no lançamento do CD Vidas Positivas, um projecto da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras, com a faixa solo Xini Xiku Kluphaku, cuja tradução é O que te preocupa na vida?.
A música, que ainda lhe rende elogios, havia sido escrita em 1997, mas só veio a ser gravada em 2002. É, nas palavras da própria Mingas, “um convite para que as pessoas se abram”. “Pensei nessa música porque o estigma é uma das coisas que mais mata. Queria dizer ´Por mais que o seu problema seja a Sida, abra-te, porque assim conseguimos prolongar os nossos dias de vida´”, conta.
Segundo ela, O que te preocupa na vida? sempre mexe com o público. “Todos se emocionam porque a maioria das famílias já perdeu alguém devido à SIDA”, conta. “É triste também, porque a música lembra que o problema existe de facto.”
Fonte: Plurinews

Sete dias e sete noites em hotéis Pestana

A Entremares lançou programas de sete noites em Moçambique, em hotéis Pestana, combinando estadas em Maputo, com Inhaca e Bazaruto, e também com o Kruger Park, na África do Sul, válidos para as partidas de Lisboa, Porto ou Faro, pela TAP, ou de Lisboa e Porto pela LAM, de 1 a 29 de Fevereiro.
O operador propõe três noites no Pestana Kruger, no Kruger Park, e quatro noites no Pestana Rovuma, em Maputo, por 1.429 euros por pessoa, em duplo e regime APA.A Entremares propõe ainda cinco noites em Inhaca em regime MP, no Pestana Inhaca, e duas noites em Maputo, no Pestana Rovuma, em regime APA, por 1.483 euros, por pessoa, em duplo, e cinco noites no Pestana Bazaruto, em Bazaruto, em regime PC, e duas noites no Pestana Rovuma, em Maputo, em regime APA por 2.110 euros por pessoa, em duplo.
As “actividades incluídas em Inhaca” são “uso de pranchas de windsurf, canoas e “hobbie cats” com um barco de apoio de prevenção, um snorkeling à estação biológica, transporte diário à Ilha dos Portugueses (praia deserta com água quente e cristalina), uma lição de ski aquático (30 m)”.
As “actividades incluídas em Bazaruto” são “um snorkeling diário em Coral Gardens, transporte grátis a Dolphin Bay com as suas praias de areia branca e águas turquesa, uso gratuito de pranchas de windsurf, canoas e “Hobbie cats” com um barco de apoio de prevenção, uma lição de ski aquático com a duração de 30 minutos, por estadia, uma viagem de body-surfing a Three Trees Beach, por estadia – acompanhado de um instrutor qualificado”.

PIB cresceu acima do previsto

A economia moçambicana deverá ter registado em 2007 um crescimento superior aos 7,6 por cento inicialmente previstos, afirmou recentemente em Maputo o governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove.
Na sessão de abertura do 32º Conselho Consultivo do Banco de Moçambique, Gove disse que os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas relativos ao período de Janeiro a Setembro de 2007 revelam que a economia cresceu 7,6 por cento."Um tal número permite-nos antever que, terminada a avaliação geral, a economia terá crescido em 2007 acima do projectado", enfatizou o governador do Banco de Moçambique.
O governo definiu para 2007 uma meta de sete por cento para o crescimento do PIB, uma inflação média anual de 6,4 por cento e um nível de reservas internacionais capazes de sustentar cerca de cinco meses de importações de bens e serviços.
Apesar de um desempenho relativamente positivo, a economia moçambicana sofreu os efeitos da alta de preços do petróleo e de cereais básicos no mercado internacional, com impacto negativo ao nível da balança de pagamento e nos indicadores da inflação, destacou o governador do Banco de Moçambique.
Mas esse quadro menos positivo não impediu que a moeda nacional, o metical, registasse uma apreciação nos últimos meses do ano em relação às grandes moedas estrangeiras em circulação em Moçambique, nomeadamente o dólar e o rand.
Já no mercado monetário, as taxas de juro conheceram ligeiras reduções, como resultado da injecção de capital à economia, que foram superiores a 2006, acrescentou Ernesto Gove.

Paes do Amaral negoceia compra de canal de televisão

O empresário português Paes do Amaral está a negociar a compra de uma parte das acções da Televisão Independente de Moçambique (TIM), disse recentemente Bruno Morgado, presidente do canal.
"Estamos em contactos directos com Paes do Amaral, para explorar a possibilidade de ele comprar uma parte da TIM, estamos ainda a negociar, não está nada fechado", disse Morgado, desmentindo notícias veiculadas em Maputo de que o ex-patrão da TVI terá já adquirido 60 por cento da TIM ao preço de 750 mil dólares.
"No quadro da actual lei moçambicana sobre a propriedade das empresas de comunicação social, não seria possível que Paes do Amaral ficasse com 60 por cento de uma televisão moçambicana, porque os estrangeiros não podem ter mais do que 20 por cento de acções de uma empresa de media no país", enfatizou o presidente da TIM.
Paralelamente, os accionistas moçambicanos da TIM estão também em contactos com outros grupos estrangeiros, para a possibilidade de parcerias com o canal moçambicano. "Estamos à procura de um parceiro forte para a TIM, porque isso é vital para os nossos projectos de desenvolvimento e Paes do Amaral é em qualquer caso um parceiro forte", sublinhou.
A TIM é um canal em sinal aberto criado há cerca de três anos e apenas visto na capital moçambicana, sendo a reestruturação accionista parte da sua estratégia de expansão para o resto do território moçambicano, sobretudo, para as principais cidades do país.

Desabrigados por cheias ultrapassam 91 mil

As enchentes que desde o início do ano assolam o vale do Zambeze já deixaram 91.955 pessoas desabrigadas, de acordo com o último balanço feito pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
Nas últimas 24 horas, as águas lançadas pela barragem de Cahora Bassa diminuíram para 3.700 metros cúbicos por segundo, depois de terem atingido mais de 6.000 metros cúbicos no pico das cheias.
Segundo o diretor adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, João Ribeiro, 2.976 pessoas foram resgatadas das áreas cercadas por água no vale do Zambeze desde quinta-feira.
Ribeiro afirmou que as preocupações estão novamente centradas nas quatro bacias hidrográficas do centro de Moçambique, pois devem acontecer novas enchentes devido às fortes chuvas que têm caído nas últimas horas no Zimbábue, Zâmbia e Malawi.
"As previsões apontam para chuvas fortes nos países vizinhos até ao próximo dia 27, o que faz recear novas enchentes nas bacias do centro do país", disse o diretor-adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.
Depois de ter registrado uma situação calma nesta época chuvosa, "o Sul de Moçambique conhece agora um quadro crítico, apesar de não preocupante, devido a sinais de cheias no principal rio desta região, o Limpopo", afirmou João Ribeiro.
A evolução da situação no Sul dependerá do comportamento das bacias hidrográficas na África do Sul, onde nascem os rios que desaguam no Sul de Moçambique, disse.
Para enfrentar a crise humanitária originada pelas inundações, o Governo pede apoios no valor de 24 milhões de euros, que serão usados em ações de busca, resgate, realojamento e assistência social às vítimas.
A verba é parte dos cerca de 30 milhões de euros previstos para a situação de emergência, de que estão disponíveis apenas 5,5 milhões de euros, segundo indicou esta semana o ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera.
Do valor já pronto para ser utilizado, 2 milhões de euros foram garantidos pelo Governo e pouco mais de 3 milhões de euros pela comunidade internacional, afirmou Chomera

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Alguns destaques da edição 142 de 25/Jan/2008

Orgasmo, a (in)felicidade das mulheres (por Nvunda Tonet)
- A sexualidade não começa nem termina em quatro paredes é por cima de uma cama

Este artigo tenta unicamente apresentar uma reflexão proeminente sobre a actividade sexual na mulher com maior incidência nos aspectos emocionais da sua vida e as interferências que resultam em consequência da fragilidade sexual. A actividade sexual pode ser dividida em 3 fases: o desejo, excitação e orgasmo.

Paihama, os cães e os angolanos (por Orlando Castro)
No passado dia 12, o ministro da Defesa de Angola, Kundy Paihama, “botou faladura” num comício na Sede do Município da Matala e, quanto a mim, prestou um alto serviço ao país e até, digo-o em consciência, ao mundo democrático. “Não percam tempo a escutar as mensagens de promessas de certos Políticos”, disse com o seu habitual brilhantismo oratório o ministro da Defesa, acrescentando: “Trabalhem para serem ricos”.

Os cães do ministro e o ministro dos cães (por Jorge Eurico)
Sob o título “Pahiama, os cães e os angolanos”, o jornalista Orlando Castro diz, aqui no texto ao lado, que o ministro da Defesa insultou, em nome de Eduardo dos Santos e do MPLA, o Povo afirmando, no passado dia 12 no município da Matala, província da Huila, que dorme bem, como bem e o que resta, quando resta, no seu prato dá aos seus cães e não aos pobres. Não sei porquê (se calhar por não dormir
bem, não comer bem e não ter restos para dar ao Pantufa cá de casa), mas esta boca foleira de Kundy Pahiama, que de ora avante deve merecer o desrespeito de todos nós, não me surpreende na dica de nada.

EDM garante que crise energética na África do Sul não afecta o País
Moçambique não será prejudicado pela crise energética na África do Sul, país onde é transformada a energia eléctrica que abastece alguns Estados da África Austral, garantiu recentemente um administrador da empresa pública de Electricidade de Moçambique (EDM). “Não há perigo de Moçambique ser afectado pela crise na África do Sul, porque a energia consumida em Moçambique só passa pela África do Sul, mas é produzida em Moçambique, na Hidroeléctrica de Cahora Bassa”, disse o administrador para a área de redes da EDM, Augusto de Sousa Fernando.

ZIMBABUÉ: Polícia carrega sobre manifestantes da oposição em Harare
A polícia do Zimbabué carregou quarta-feira sobre manifestantes que se dirigiam para um estádio nos arredores de Harare, depois de um juiz ter autorizado um comício da oposição no recinto, noticiou a agência sul-africana de notícias Sapa. A polícia usou canhões de água e lançou granadas de gás lacrimogéneo contra centenas de manifestantes do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, oposição) que se haviam concentrado na sede do MDC, no centro da capital, e se dirigiam a pé para o estádio de Glamis, minutos depois de um juiz ter autorizado a realização de um comício no local, de acordo com a Sapa.

Portugal vai apoiar vítimas das inundações
Portugal vai iniciar imediatamente o apoio à população afectada pelas cheias no Centro do País através da Fundação Aga Khan, devendo “avançar com outros apoios” nos próximos dias, anunciou recentemente o vice-ministro português das Relações Exteriores, João Cravinho.

Podem aceder a estes artigos e outros na versão PDF através do email ao lado

Banco Mundial alerta para risco de abrandamento na luta à pobreza

O Banco Mundial (BM) considerou ontem existir um «claro risco» de abrandamento do ritmo de redução da pobreza em Moçambique, que atinge ainda mais de metade da população do país, apesar das melhorias nos últimos anos.

«Em termos gerais, o Governo prevê a continuação do crescimento e da redução da pobreza, mas há um claro risco de que a taxa de redução da pobreza abrande», refere o relatório do BM, ontem apresentado em Maputo e que revela um país como «um exemplo para outras nações em transição» no que respeita à redução da pobreza.

O documento - intitulado « Conseguindo o Improvável, sustentar a inclusão na economia em crescimento de Moçambique» - começa por assinalar a redução da taxa de pobreza alcançada no pós guerra civil, passando de 69 por cento em 1997 para 54 por cento em 2003 (o governo prevê que em 2009 se situe abaixo de metade da população).

«Estes êxitos partem de uma base caracterizada por uma economia devastada pela guerra civil», observa a organização no seu relatório, apontando que Moçambique »continua a ser um dos países mais pobres do mundo«.

«Historicamente, verifica-se que os episódios de altas taxas de crescimento de países em recuperação de guerras esmorecem e acabam ao fim de sete anos», nota a organização.

Para o BM, num momento em que o país apresenta, desde 2003, taxas de crescimento superiores a sete por cento, «a questão fulcral é saber se o crescimento de Moçambique irá manter-se e se se traduzirá numa continuada redução da pobreza, beneficiando aqueles que ainda se mantêm vulneráveis, marginalizados e empobrecidos segundo todos os padrões internacionais».

«Os dados recentes relativos a Moçambique não são conclusivos«, reconhece o BM, apontando um crescimento das desigualdades nas zonas rurais e urbanas.

A organização aplaude, por outro lado, a »grande conquista« do Governo moçambicano em matéria de educação, nomeadamente a multiplicação de escolas do ensino básico e a redução do fosso entre rapazes e raparigas, e aconselha outros sectores a seguirem-lhe o exemplo. E destaca a aposta na agricultura, sustentando que o aumento da produção agrícola reduziu em »três quartos a taxa de incidência da pobreza«, observa-se no documento.

Louise Fox, responsável pela elaboração do relatório, sugeriu uma aposta na atracção de investimento directo estrangeiro em indústrias de mão-de-obra intensiva, pois »confinar o investimento directo estrangeiro a mega-projectos industriais intensivos no uso de capital e energia não irá criar os postos de trabalho necessários«.

Paralelamente, prosseguiu, é necessário potenciar a agricultura comercial através do apoio a empresas rurais, da criação de infra-estruturas de comercialização, do desenvolvimento de serviços rurais e da melhoria das vias de acesso.

«Redireccionar e incrementar» o investimento no capital humano, nomeadamente expandindo a rede escolar e reduzindo os custos da educação, além de investir em novos postos e centros de saúde devem também ser aposta de Moçambique, a par de um reforço da boa governação e da prestação de contas, no entender da responsável do BM.

Presente na apresentação do relatório, o vice-ministro da Planificação e Desenvolvimento de Moçambique, Victor Bernardo, considerou o relatório «muito bem-vindo e de grande utilidade» para ajudar o Executivo a «fazer as correcções que forem necessárias». «Temos a convicção de que estamos a caminhar na direcção correcta«, reforçou o governante.

Inudações deste ano ultrapassam cheias de 2000, diz Cruz Vermelha

A Cruz verrmelha anunciou ontem que as inundações, deste ano, em Moçambique são as piores das registas em 2000/2001,pelo facto de ter causado mais danos materiais.Para acudir a situação dos sinistrados, àquela instituição filantrópica lançou um apelo para angariar cinco milhões de euros (7,3 milhões de dólares norte-americanos) para a região da África Austral.
"As inundações deste ano são piores que as de 2000, não em termos de perdas de vidas humanas, mas no que se refere aos danos das colheitas", disse Françoise Le Goff, directora da Cruz Vermelha para a África Austral.
A responsável sublinhou que já morreram sete pessoas este ano, contra os mais de 700 registados em 2000/2001.Le Goff frisou que mais de 180.000 pessoas estão actualmente na condição de deslocados por causa das cheias em Moçambique, dos quais pelo menos 57.000 perderam tudo, em particular no vale do Zambeze (centro), salientou a fonte à imprensa em Joannesburgo.
Os sinistrados de Moçambique constituem mais de metade do que todos os afectados, desde o início da época das chuvas em toda a África Autral (112.000).
Os fundos que a Cruz Vermelha prentende angariar, vai permitir ajudar pelo menos 150.000 pessoas durante de seis próximos meses nos países de África Austral, afectados pelas inundações, nomeadamente, Lesotho, Malawi, Namíbia, Swazilândia, Zâmbia e Zimbabwé.

Presidente do Banco Mundial vai ver cheias «in loco»

O Presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, vai estar a 3 e 4 de Fevereiro em Moçambique, para visitar as zonas afectadas pelas cheias dos rios Zambeze e Pungué, anunciou ontem a instituição financeira.
Zoellick chegará a Moçambique depois de participar na Cimeira da União Africana em Addis Abeba (Etiópia), e tem previsto um encontro com o presidente moçambicano, Armando Guebuza, além de outros governantes, empresários e representantes da sociedade civil.
O porta-voz do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), Belarmino Chivambo, disse ontem à Lusa que continuam a chegar diariamente uma média mil pessoas aos centros de realojamento das vítimas das cheias, estando a contagem oficial em 81 mil pessoas deslocadas (77.150 na terça-feira).
Há um ano, o número de deslocados elevou-se a cerca de 160 mil. A tendência de estabilização dos quatro principais rios do centro do país e das descargas da barragem da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, uma das principais razões das inundações no vale do Zambeze, continuou nas últimas 24 horas, adiantou Belarmino Chivambo.
Do programa ontem divulgado consta ainda uma visita à fábrica de alumínio Mozal e ao centro de distribuição de gás de Temane, dois "mega-projectos" empresariais apoiados pelo Banco Mundial. O presidente desta instituição financeira mundial desloca-se também à Libéria e à Mauritânia.
O périplo africano surge numa altura em que o Banco Mundial anuncia que em 2008 vai superar o nível recorde de envolvimento em projectos no continente africano atingido no ano passado.
Em 2007, a Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA) e a Corporação Financeira Internacional (IFC) aplicaram, respectivamente, 5,7 mil milhões de dólares e 1,6 mil milhões de dólares em projectos no continente africano.

Demoradas negociações com brasileiros da Camargo Correia

O Governo moçambicano está ainda a negociar com o consórcio liderado pela empresa brasileira Camargo Correia o contrato de construção da barragem de Mphanda Nkuwa, no vale do Zambeze, disse ontem fonte do Ministério da Energia.
O Executivo moçambicano assinou em Setembro de 2007 com o referido consórcio um acordo de princípio, depois de aprovar o projecto de construção da Barragem de Mphanda Nkuwa apresentado pelo grupo, mas falta ainda a assinatura do respectivo contracto de concessão. "As leis moçambicanas do ramo de exploração de energia são claras: tem de haver um contracto de concessão para que seja implementado um empreendimento energético no país e isso ainda não aconteceu", sublinhou uma fonte do gabinete do ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete.
Com a assinatura do acordo de princípio em Setembro de 2007, ficaram definidos os direitos e obrigações do consórcio liderado pela Camargo Correia e lançadas as bases que permitirão a concessão de Mphanda Nkuwa ao grupo empresarial brasileiro. "Um acordo de princípio vale o que vale, mas não é um acordo de concessão", enfatizou a fonte do Ministério moçambicano da Energia, que não indicou quando é que esse instrumento será assinado.
Além da Camargo Correia, o consórcio é constituído pelas empresas Electricidade de Moçambique (EDM) e pela INTELICA, do grupo INSITEC. A construção da mega-barragem está avaliada em 1,5 mil milhões de euros e a mesma terá uma capacidade de produção de electricidade de 1.350 megawatts (a Hidroeléctrica de Cahora Bassa tem cerca de 2 075 megawatts) e deverá ser financiada pela Export-Import Bank of China (Eximbank).
A barragem de Mphanda Nkuwa é um projecto de geração de energia que está no topo das prioridades do Governo de Moçambique, que pretende vender o excedente da energia aí produzida a outros países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ao abrigo dos mecanismos da SAPP, entidade responsável pela planificação e coordenação das actividades de cooperação e comércio de energia na região.
A organização não-governamental moçambicana Justiça Ambiental tentou dissuadir os bancos chineses a avançar com o financiamento da mega-barragem de Mphanda Nkuwa, advertindo para graves consequências no vale do Zambeze.
Os ambientalistas põem em causa a existência de um estudo de impacto ambiental para a barragem e lançam interrogações sobre a segurança do empreendimento, recordando o abalo sísmico registado no passado recente e o facto da barragem ter sido projectada para uma zona de actividade sísmica.
Com 39 rios a correrem para o Índico, Moçambique tem um dos mais elevados potenciais de produção de energia eléctrica da África Austral, estimando-se que possa produzir até 12 mil megawatts de energia eléctrica, quando apenas consome 350 megawatts.
Apesar de ser um dos países da África Austral melhor servido por rios e cursos de água, Moçambique dispõe apenas de 12 barragens médias e grandes, que se tornam insuficientes para suprir o crescente consumo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Destaques da edição 141 de 24/Jan/2008

...E tudo a água levou (por Carlos Menezes)
- País vive as piores cheias da sua História enquanto nação (in)dependente

A tragédia que todos os anos atinge milhares de moçambicanos voltou a repetir-se: desde Dezembro que a região do Vale do Zambeze está a ser fustigada pelas fortes chuvas sazonais, que causaram inundações gigantescas e mataram pelo menos dez pessoas. Mais de 68 mil pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas devido à subida das águas.

Túmulo de Jonas Savimbi (Angola) foi «profanado»
O túmulo do antigo líder da UNITA, Jonas Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002, foi parcialmente destruído por um grupo de jovens entretanto detidos pela polícia, revelou recentemente o porta-voz deste partido. Adalberto da Costa Júnior disse que a “profanação do túmulo de Savimbi teve lugar a 03 de Janeiro e que “tudo indica que a intenção era retirar do local todas as indicações referentes à pessoa”.

NO PRÓXIMO NÚMERO, Um cão que virou ministro
Os jornalistas Orlando Castro e Jorge Eurico (a eles juntar-se-á certamente Eugénio Almeida)escrevem amanhã sobre um cão que foi nomeado ministro de um dos governos mais cleptocrático da Lusofonia por confundir barafunda com bafo de bunda. Qualquer semelhança com ficção será pura realidade.

Portugal admite apoiar Moçambique na crise das cheias
Portugal está a «estudar a possibilidade» de ajudar Moçambique na crise provocada pelas cheias, que já provocaram mais de 77 mil deslocados, disse recentemente o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros.

Vizinho aflito, ajuda pronta e imediata!
A Swazilândia vai estabelecer negociações com o nosso País com vista a importação da sua energia eléctrica, após a companhia pública sul-africana Eskom, o seu principal fornecedor ter congelado as suas exportações do produto, noticiou recentemente a France Press (AFP).

Orfãos da sida são vítimas de exploração sexual
Save the Children descobre vários casos de roubo de bens por familiares, deixando órfãos de SIDA sem nada. 1,6milhões de jovens moçambicanos com SIDA. Explosão de número de órfãos estabiliza estruturas sociais.
Num programa efectuado em 4 distritos moçambicanos, Save the Childrem descobriu que é comum para familiares roubarem os bens deixados por pais às suas crianças quando morrem.

Com esta CPLP só a Lusofonia perde (por Orlando Castro)
Continuo a pedir a ajuda dos cidadãos lusófonos para que, caso estejam para aí virados, me dizerem se viram por esse mundo fora alguma coisa que dê pelo nome de Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Poderá ser, imagino, um elefante branco ou, quiçá, uma enorme montanha de onde foi parido um ratinho. Dizem-me, contudo, que estatutariamente é algo de grandioso. Será? Talvez. Pena é que os estatutos não façam, só por si, obra.

VENEZUELA: Hugo Chávez admite mastigar folhas de coca todas as manhãs
A oposição venezuelana acredita ter encontrado o segredo dos prolongados discursos e das extensas viagens internacionais do presidente Hugo Chávez: «Drogar-se» com folhas de coca todas as manhãs.

HARARE: Líder opositor do Zimbábue é detido horas antes de manifestação proibida
O líder do principal partido da oposição no Zimbábue, Morgan Tsvangirai, foi detido na madrugada de quarta-feira pela Polícia e ficou retido durante quatro horas, informaram fontes da legenda. Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática, foi detido pelas forças de segurança e interrogado sobre uma manifestação convocada por seu partido.

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terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Alguns destaques da edição 140 de 23/Jan/2008

Ouro, ouro, ouro negro!
- Ainda são desconhecidas as quantidades de hidrocarbonetos existente na bacia do Rovuma

Um responsável do Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique afirmou recentemente em Pemba à Rádio Moçambique haver fortes indícios da existência de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. Ramiro Nguilaze garantiu à estação emissora que as várias pesquisas em curso indicam a presença de hidrocarbonetos, mas que ainda se desconhecem as quantidades.

Guiné-Bissau: Nino Vieira, campeão do não sei de nada! (por Francelino Alfa)
Os “marcianos” são extra-terrestres. “Seres” que vivem em Marte. Marte, também é conhecido como “o Planeta Vermelho”, devido à sua cor avermelhada. “ (...) Marte é o quarto planeta a contar do sol e é o último dos quatro no sistema solar, situando-se entre a Terra e a cintura de asteróides”.
De noite, aparece como uma estrela vermelha, razão porque os antigos romanos lhe deram o nome de Marte, o deus da fúria e da guerra. Os chineses, coreanos e japoneses chamam-lhe “Estrela de Fogo”, baseando-se nos cinco elementos da filosofia tradicional oriental. Outras civilizações como os babilónios, Marte era “A Estrela da Morte”. (...)”.

Extradição de presos moçambicanos no Brasil aguarda ratificação do Congresso
A extradição de vários moçambicanos presos no Brasil por tráfico de droga aguarda ainda a ratificação do respectivo tratado pelo Congresso brasileiro, afirmou recentemente a embaixadora cessante do Brasil em Maputo, Leda Camargo.

Espanha vai doar 735 mil euros para ajudar vítimas das cheias
A Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) anunciou em Madri que vai doar 735 mil euros ao nosso País para ajudar a fazer face às “graves inundações” que o atingem. “A agência responde ao pedido de ajuda do governo de Moçambique com uma doação inicial de 235 mil euros que serão geridos pelo Gabinete Técnico de Cooperação em Maputo”, lê-se num comunicado que a AECID divulgou na sua página na Internet.
Na nota, a agência afirma ainda que vai destinar também 500 mil euros ao Programa Alimentar Mundial (PAM), o que “permitirá abastecer 280 mil pessoas”.

ZIMBABUÉ: Mediador Mbeki perde credibilidade quando data das eleições se aproxima
O Presidente sul-africano Thabo Mbeki, mediador mandatado pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para aproximar Governo e oposição no Zimbabué, é alvo de críticas crescentes no seu país pelo aparente falhanço da sua missão.
Depois de regressar da sua última viagem a Harare, capital do Zimbabué, na quinta-feira, onde, com muita fanfarra, se encontrou com o seu homólogo Robert Mugabe e com dirigentes da oposição (MDC), Mbeki tem-se mantido no mais absoluto silêncio sobre os resultados da jornada negocial.

Joaquim Morais escreve sobre Angola e Savimbi
Angola para todos os angolanos, Um símbolo Uma bandeira Uma pátria», é o título do livro de Joaquim Morais que será apresentado em Braga (Portugal) no próximo dia 9 de Fevereiro, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.

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Destaques da edição 139, de 22/Jan/2008

Quando a esmola é demais os pobres (não) desconfiam da factura
- Pequim reforça relações sino-africanas e apoia projectos avaliados em mais de USD 90 milhões
O FUNDO Chinês para o Desenvolvimento Africano vai destinar quatro mil milhões de dólares à empresa Sinosteel e em três outras empresas chinesas com projectos em África, referiu o jornal financeiro China Securities. De acordo com a mesma fonte, o capital vai ser aplicado numa fábrica de vidros na Etiópia, com uma produção anual de 40 mil toneladas, numa fábrica de combustão de gás no Gana com capacidade de 200 mil kilowatts, numa empresa de aço cromado no Zimbabué, e noutro projecto de materiais de construção.

Sarkozy visita RAS em Fevereiro
O presidente francês Nicolas Sarkozy efectuará uma visita à África do Sul de 26 a 27 de Fevereiro, anunciou há dias o Governo sulafricano. ”A data foi confirmada, Nicolas Sarkozy efectuará uma visita nos dias 26 e 27 de Fevereiro”, declarou o vice-ministro dos negócios estrangeiros, Aziz Pahad, numa conferência de imprensa.

Cheias em Moçambique e seca no Sul de Angola
O Rio Zambeze, ao longo dos seus 1708 quilómetros, atravessa oito países africanos, dois destes lusófonos a viver, por estes dias, realidades distintas: as cheias do Centro de Moçambique e a seca no Sul de Angola. No lado do Índico, o Zambeze, que atravessa também o Botswana, Namíbia, Malawi, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué, já desalojou, com as cheias deste ano, cerca de 70 mil pessoas em Moçambique e deixou intransitáveis muitas estradas do país.

País precisa de 24 milhões de euros para enfrentar crise provocada pelas cheias
O Governo disse ontem em Maputo que necessita de cerca de 24 milhões de euros para enfrentar a crise provocada pelas cheias no Centro do País, que já levou à deslocação de 75.900 pessoas na região.
Apesar de contarem com a ajuda da Comunidade Internacional para a obtenção dessa verba, as autoridades moçambicanas insistem em que não vêem razões para um apelo internacional de emergência, como reiterou ontem aos jornalistas o ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera.

Na hora do bye, bye, Leda Camargo assegura que fábrica de medicamentos anti-retrovirais estará pronta em 18 meses
A instalação de uma fábrica de medicamentos antiretrovirais no nosso País poderá ficar concluída dentro num prazo de 18 meses, afirmou sábado último em Maputo a embaixadora cessante do Brasil em Moçambique, Leda Camargo.

Empresa Moçambicana de Seguros vai investir 28 milhões de dólares
A Empresa Moçambicana de Seguros (Emose) prevê investir este ano 28 milhões de dólares, a maior parte dos quais na recuperação de infra-estruturas, cujas obras já tiveram início, afirmou sexta-feira em Maputo o administrador financeiro Mário Samboco.

Guiné-Bissau: Crónica de um Descrente! (por Marinheiro da Solidão)
Após quase 4 horas de viagem, o avião inicia o seu trajecto descendente. Começa-se a vislumbrar o “verde do meu país” , cortado por braços de água. Uma imagem quase idílica. Não há dúvida que a mãe natureza foi generosa. O avião imobilizasse.
Somos recebidos por um bafo de humidade. Estamos em casa. O aeroporto encontra-se apinhado de gente. Está quente. Vejo vários aparelhos de ar condicionado, mas nenhum parece funcionar. À entrada uma “oficial” da Polícia de estrangeiros e Fronteiras dá-me as “boas vindas”.
Quase que nem olha para o meu passaporte. Diz-me directamente e sem grandes subterfúgios: - Amigo...Nô tene peditório! Diz-me isso com o ar de quem não está à espera de uma resposta negativa. Confiança acima de tudo! Siga! Passado esta recepção “agradável”, chega a etapa de arranjar um pedaço de chão em frente ao tapete rolante.

Médicos cubanos aguardam autorização para fugir para os EUA
Três médicos cubanos esperam há quase três meses em Díli autorização para fugir para os Estados Unidos, num caso que o embaixador de Cuba considera “parte de um plano americano para sabotar a cooperação médica” de Havana. “Continuamos à espera de uma autorização do Governo timorense para sair de Timor-Leste para um terceiro país”, afirmou recentemente o médico Reidén López. Reidén López Carrillo, a mulher e um outro médico cubano esperam autorização que lhes permita seguir para os Estados Unidos da América, país a que pediram asilo a 5 de Novembro de 2007.

CABO VERDE: Amílcar Cabral homenageado em «dia de recolhimento e reflexão»
O Presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, depositou sábado último uma coroa de flores junto da estátua de Amílcar Cabral, herói da independência assassinado há 35 anos, num dia de “recolhimento e reflexão”.
Um dia, feriado nacional, também de inspiração “para novas batalhas e novos esforços”, para que o país “ganhe a batalha do desenvolvimento” e da construção “de um futuro de bem-estar”, acrescentou, citado pela Rádio Nacional.

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China apoia construção de centros de investigação agrária

A China vai apoiar a construção em Moçambique de dois centros de investigação agrária, um investimento de 700 milhões de dólares, nos termos de um acordo de cooperação segunda-feira assinado em Maputo.
Os dois centros são o Centro de Pesquisa e Transferência de Tecnologias Agrícolas de Umbelúzi e do Parque Tecnológico de Moamba, a serem fixados na província do Maputo, tendo o respectivo acordo, onde estão traçados os aspectos básicos relativos à concretização dos empreendimentos, sido assinado pelos ministros de Ciência e Tecnologia de Moçambique e da China, respectivamente Venâncio Massingue e Wan Gang.
De acordo com o jornal Notícias, de Maputo, antes da assinatura do acordo os dois governantes visitaram os terrenos onde deverão ser instaladas os dois centros, que se espera venham a contribuir para o desenvolvimento do sector agrário e, consequentemente, para redução da pobreza que afecta a maior parte da população moçambicana.
Para o centro a localizar-se nas instalações da Estacão Agrária de Umbelúzi as obras deverão arrancar no princípio do segundo semestre deste ano, indo conter laboratórios específicos de ciências naturais e biológicas, espaços para a implantação de diversas culturas bem como para o desenvolvimento da aquacultura. Já para o Parque Tecnológico da Moamba, prevê-se que até 2010 a primeira fase já esteja concluída.
Nesta etapa deverão estar concluídos o parque e as instalações tecnológicas, áreas residenciais, comerciais e industriais. Estas três últimas podem ser exploradas por privados, mediante a apresentação de propostas nesse sentido.
A indicação de Moamba para a instalação do Parque Tecnológico foi escolha do Governo, para aproveitar os benefícios do Corredor de Desenvolvimento de Maputo, a existência do Porto de Maputo e a proximidade da zona fronteiriça com a África do Sul e também no quadros dos planos do Executivo de fazer do distrito o pólo de desenvolvimento.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Alguns dos destaques da edição 138, de 21/Jan/2008

TVM e RM podem deixar de ser “campo de tiro” de José Pacheco
- Jornalistas de órgãos de Comunicação Social públicos preparam «black-out» contra ministro do Interior
O MINISTRO do Interior tem privilegiado, nos últimos tempos, a canalização de informação de Interesse Público apenas para a STV.Tal deve-se, segundo um jornalista da Rádio Moçambique (RM) em conversa com o OBS, ao facto de o ministro ser padrinho de um dos principais rostos do «Jornal da Noite» da estação televisiva propriedade do grupo Soico. A situação tem estado a deixar os jornalistas da Rádio Moçambique (RM) e da Televisão de Moçambique (TV) com os nervos à flor da pele que, segundo o referido jornalista, já ponderam a hipótese de fazer um “black-out” a todas as actividades levadas a cabo por José Pacheco.

Angola: Quem avisa amigo (não) é
Com o dedo no gatilho, como se matar jornalistas fosse a solução, os inimigos da democracia e do pluralismo político em Angola escreveram ao William Tonet a carta que a seguir transcrevo. Carta anónima, como é óbvio. Os autómatos que a escreveram, os acéfalos que a mandaram escrever, os mentecaptos que estão de acordo com ela podem, contudo, ter uma certeza: podem matar o mensageiro, mas nunca calarão a mensagem. Eis a carta:
Ao
Senhor William Tonet Nós só lhe queremos avisar que o senhor tem estado a pisar o risco vermelho, por muitas vezes, principalmente contra os generais e alguns dirigentes deste país (Angola). Você se coloca como advogado dos ditos autóctones, mas fique a saber que estes não lhe vão ajudar quando te tomarmos medidas drásticas.


William Tonet ameaçado de morte (por Orlando Castro)
Há em Angola, como em Portugal, como em todo o mundo, uma espécie de gente que não gosta dos jornalistas. Terão, com certeza, os seus motivos. E para imporem as suas razões arranjam maneira dos jornalistas chocarem contra uma bala, tropeçarem num “gorila”, pisarem uma mina, terem um incêndio em casa ou ficarem sem emprego.
William Tonet (de quem sou amigo) está agora a sofrer ameaças de morte.

Consequências pós-inundaçõe sincluem epidemias e perda de produção
Água contaminada, epidemias, habitações e produções agrícolas destruídas são algumas consequências habituais das cheias no Norte e Centro de Moçambique, mas apesar destes efeitos as comunidades locais regressam às origens porque é aí que estão as “machambas” (terreno agrícola) férteis.

“Vida longa, vida forte”:campanha interna de combate ao HIV-Sida
A MOZAL vai proceder à realização de uma campanha interna voluntária de despistagem e combate ao HIV/ SIDA sob o lema “Vida longa, vida forte”. O evento vai ter lugar nos dias 21, 22, 23 e 24 e Janeiro de 2008, no auditório da fundição de alumínio, situado dentro das instalações da mesma, em Beluluane.

Xiquelene, onde o ladrão é aliado da PRM (por Alex Nhabanga)
A chuva que se registou há dias por quase toda parte da cidade de Maputo agravou a situação de certos mercados que prestam serviços ao público num estado praticamente precário, como é o caso do mercado Xikelene, localizado no distrito municipal nº4 no prolongamento da Av.Julius Nyerere, o mercado, tal como outro qualquer informal depara-se com sérios problemas de ordem organizacional. A expansão do mercado não está devidamente definida, sendo que não obedece nenhuma regra urbanística estabelecida pelas entidades municipais.

Standard Bank associa-se à iniciativas de combate à Sida no Centro do País (por António Marvila, na Beira)
As províncias de Sofala e da Zambézia têm registado um crescimento no movimento de iniciativas juvenis, através de manifestações culturais e desportivas, para combater o HIV/Sida. Em resposta a uma destas iniciativas da “Sociedade Desportiva Unida de Jovens”, o Banco Standard Bank dis-ponibilizou quatro mil dólares americanos para fomentar a prática de actividades de carácter cultural e desportivas com a finalidade de passar as mensagens de luta contra o HIV-Sida.

João Jardim deixa no ar ameaça de independência da Madeira (por Eugénio Costa Almeida)
Segundo ecos da Comunicação Social , o presidente da Região Autónoma da Madeira, Dr. Alberto João Jardim, terá afirmado que se os madeirenses quiserem a independência não será ele que irá impedir isso e estará ao lado do seu povo nessa vontade. E eu tenho a certeza, senhor Dr. AJJ que se quiser que os eleitores do Continente também votem num eventual Referendo para dar a independência à Madeira estes serão os primeiros a estarem na linha da frente para lhe fazerem a vontade.

Ramos-Horta pede ao povo de Timor-Leste que perdoe os crimes do general Suharto (por Jorge Heitor, em Lisboa)
O primeiro-ministro Xanana Gusmão também diz que, embora desrespeitando os direitos humanos, o antigo ditador promoveu odesenvolvimento. O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, pediu esta semana aos timorenses que perdoem ao antigo Presidente indonésio Mohammed Suharto, responsável por uma ditadura de 32 anos durante a qual se verificaram muitas centenas de milhares de mortos, incluindo mais de 200 mil no próprio território de Timor-Leste, que mandou invadir em Dezembro de 1975.

ZIMBABUÉ: Tsvangirai e pares manifestam-se contra a pobreza nas próximas 48 horas
O principal partido da oposição do Zimbabué, liderado por Morgan Tsvangirai, vai realizar uma manifestação, depois de amanhã, quarta-feira, para exigir a realização de eleições livres e a procura de soluções para a crise económica, segundo a Agência AngolaPress.

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