Destaques da edição 200, de 25/Abr/2008

Pedofilia (i)legal coberta pela igreja (por António Justo)
- O Corão consagra o Direito do homem a bater na mulher para a disciplinar
UMA notícia da imprensa internacional, reveladora das estruturas da pedofilia de fundo religioso e legal, corre perigo de passar desapercebida. Nujud Nassar, menina de oito anos, foi obrigada a casar se com Ali Thamar de 30 anos. Depois de dois meses de martírio, de pancada e sexo, conseguiu fugir do marido e do pai que a tinha coagido a casar-se. A menina conseguiu apresentar queixa no tribunal de Sanaa contra o marido solicitando o divórcio e contra o pai solicitando uma pena pelo facto de lhe ter batido e ameaçado com a violação caso ela não obedecesse. Segundo a lei o marido e o pai não infringiram a lei que permite a poligamia até quatro mulheres e a pancada como meio de educação

O orgulho de ter nascido para lutar (por Jorge Eurico)
Entre dias sem pão (foram muitos) e pão sem dias (foram mais ainda) e acreditando no impossível, porque o possível faz-se todos os dias, eis que completo amanhã mais um ano de vida. Pois foi na manhã de uma quarta-feira, um ano após a «Revolução dos Cravos» em Portugal, que, numa das maternidades da antiga Nova Lisboa, a Drª. Filomena Leonardo, a tia Mena, (tive o grato prazer de a conhecer aqui há um par de meses, pois apresentou-me a minha mãe) estendeu-me a mão para que, finalmente, eu viesse ao mundo. Conta a minha mãe que fui registado e baptizado na Conservatória e na Sé Catedral local quinze dias depois de ter nascido. Foi assim que ganhei personalidade jurídica como cidadão. Foi assim que ainda bambino e os meus pais em posse da Cédula e da Certidão de Nascimento apanhei, de forma natural, o comboio da vida da terra onde o Sol mais castiga (Angola), que meses depois deixaria de estar sob a bota de António de Oliveira Salazar. Portanto, isto para dizer que a diferença entre mim e o País é de meses apenas. Sou mais velho do que ele.

Sector agrícola tem de se desenvolver para evitar défice alimentar
Moçambique tem de desenvolver o seu sector agrícola a fim de evitar um défice alimentar, afirmou terça-feira em Maputo Ken Davies, representante para Moçambique do Programa Alimentar Mundial (PAM). Em decla rações à imprensa, Davies disse que Moçambique dispõe de terra suficiente e que se aumentasse a produção agrícola o país não teria de importar produtos alimentares básicos, como o arroz.

Graça Machel honoris causa pela Universidade de Barcelona
Graça Machel tornou-se ontem na primeira africana a ser investida doutora honoris causa pela Universidade de Barcelona, em reconhecimento pelo seu contributo para o mundo da ciência, do conhecimento e da cultura. Graça Machel, presidente do Fundo da Aliança Global de Vacinas e Imunização (GAVI), viúva do antigo presidente moçambicano Samora Machel e mulher do ex-chefe de Estado sul-africano Nelson Mandela, foi agraciada num acto oficial na universidade, em que o reitor da UB, Josep Samitier, recordou os valores que a líder moçambicana representa: «justiça, liberdade e democracia».

Estruturas turísticas vão ter certificação social e ambiental
O Ministério do Turismo pretende atribuir no final do ano certificados a hotéis e outras estruturas turísticas em reconhecimento pelo seu papel na promoção de práticas sociais e ambientais sustentáveis, informou a agência noticiosa moçambicana AIM. Para o efeito, adianta a agência, o Ministério, em parceria com a Associação Hoteleira do Sul de Moçambique e o Centro Terra Viva, vai levar a cabo um conjunto de seminários para discutir a viabilidade deste tipo de certificação no país.

Governo vai expandir porto de Pemba
Moçambique vai proceder à expansão do porto de Pemba, no Norte do País, para facilitar a exploração de petróleo na região, de acordo com a edição de Abril da “newsletter” da Southern African Global Competitiveness Hub. A organização, com sede em Gaborone, Botswana, é uma iniciativa do Governo dos Estados Unidos da América para promover o comércio internacional da África Austral não apenas com os Estados Unidos mas também intra-regionalmente.

EUA elevam para 13 milhões de euros apoio a combate à malária
O Governo norte-americano anunciou recentemente a intenção de elevar para 20 milhões de dólares (13 milhões de euros) o seu apoio para o combate à malária em Moçambique, a principal causa de morte no país. A informação adiantada à Lusa por Juliette Morgan, coordenadora da Iniciativa Presidencial de Combate à Malária (PMI) do Presidente norte-americano, George Bush, no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Malária, que se assinala no próximo dia 25 de Abril. Em 2007, Washington desembolsou 18 milhões de dólares (11,3 milhões de euros) para o combate à doença.

Boca “calada” em Angola, boca “calada” no estrangeiro (por Eugénio Costa Almeida)
Recentemente, e após alerta de um Amigo, televi, no passado sábado à noite, a entrevista do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, a Nuno Rogeiro e Martim Cabral no programa “Sociedade das Nações, da SIC-Notícias. Televi e fiquei, desculpe-me senhor Samakuva, se por um lado satisfeito e orgulhoso, por outro bastante preocupado. Fiquei satisfeito porque vi que para Angola se perspectiva um futuro e brilhante Ministro das Relações Exteriores para defesa dos nossos elevados interesses internacionais. Preocupado porque aquele que poderia - e devia - ser o próximo líder nacional, já que é o líder da UNITA e putativo candidato natural do partido às presidenciais, mostrou pouco à vontade e acutilante perante as câmaras e os entrevistadores que, diga-se, por mais de uma vez, deram-lhe essa possibilidade mesmo sabendo que, naturalmente, a emissão poderia cair em Luanda por causa de uma “inoportuna” - como muitas que acontecem com a SIC ou a RTPÁfrica - quebra de energia eléctrica. De facto, o presidente da UNITA, Samakuva, mostrou um forte tacto nas respostas mas pouca acutilância para colocar o seu rival político fora do actual pedestal aliado ao facto de, não poucas vezes, parecer esquecer-se que a UNITA não é - repito NÃO É – oposição mas parceiro a tempo integral do partido mais forte da Coligação,GURN.

PE critica cooperação da China com regimes opressivos
O Parlamento Europeu criticou recentemente a cooperação da China com regimes opressivos em África, exortando Pequim a suspender negócios de armamento com governos responsáveis por violações dos direitos humanos. A posição da assembleia, reunida em Estrasburgo, foi expressa através da aprovação, por esmagadora maioria (618 votos a favor, 16 contra e 17 abstenções), de um relatório da euro-deputada portuguesa Ana Gomes sobre «a política da China e o seu impacto em África», no qual são destacadas as questões da exportação de armas e dos direitos humanos.

Gordon Brown propõe embargo de armas ao Zimbabué
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou ontem que irá apresentar propostas no sentido de instaurar «um embargo a todas as armas com destino ao Zimbabué». «Devido ao que se passou na África do Sul, onde (a China) passou uma carregamento de armas para o Zimbabué, nós vamos apresentar propostas para um embargo a todo armamento com destino ao Zimbabué», declarou o primeiro-ministro diante da Câmara dos Comuns.

São Tomé e Portugal assinam acordos nas áreas da cooperação e saúde
Os primeiros-ministros de Portugal, José Sócrates, e de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, presidiram terça-feira última à assinatura de acordos nas áreas da cooperação, envolvendo 45 milhões de euros, e saúde, que atinge 7,9 milhões de euros. Além da assinatura do Programa Indicativo de Cooperação (PIC) entre 2008-2011, e do projecto “Saúde para todos”, os dois países assinam ainda um acordo de cooperação na área das finanças públicas e outro para o reconhecimento mútuo das cartas de condução.

ANGOLA: BPI negoceia venda de 49% do BFA à Sonangol
O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, confirmou recentemente que o grupo está a negociar a venda de 49 por cento do Banco de Fomento Angola à petrolífera Sonangol. “O bancotem estado a conversar com a Sonangol a cedência de 49 por cento [do BFA], mas não há ainda nenhum acordo”, disse Fernando Ulrich no Por to, na apresentação dos resultados do primeiro trimestre do BPI. O administrador escusou-se a revelar quanto vale a participação que será vendida à Sonangol, mas admitiu mudanças na estrutura de gestão em consequência da entrada do novo accionista.

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