Alguns destaques da edição 185, de 3/Abr/2008

País deve adoptar “receita chinesa” para combater pobreza absoluta?
- Estratégia baseada na agricultura tem de estar no centro da qualquer fuga à pobreza
A “RECEITA chinesa” contra a pobreza, que permitiu elevar nos últimos 25 anos o nível de vida de centenas de milhões de pessoas, pode funcionar para os países africanos, se derem prioridade à agricultura e fortalecerem as suas instituições estatais. A conclusão é do investigador Martin Ravallion, no recente estudo “Existem lições para África do sucesso da China contra apobreza?”, patrocinado pelo Banco Mundial, que parte da constatação histórica de que a China tinha um nível de pobreza muito mais elevado do que o dos países africanos, antes de profundas reformas económicas e sociais que permitiram aproximar-se rapidamente do nível dos países mais desenvolvidos.

Cahora Bassa vai vender mais 250 megawatts/dia à Eskom
A eléctrica sul-africana Eskom vai em breve receber mais 250 megawatts de energia eléctrica por dia de Cahora Bassa no âmbito de uma negociação em curso, afirmou terça-feira em Maputo o presidente da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Paulo Muxanga disse que a empresa que dirige respondeu de uma forma positiva ao pedido apresentado pela Eskom, devendo o contrato para o fornecimento dos megawatts adicionais ser assinado em menos de um mês.

Quê quê isso, senhor ministro?!
O ministro da Energia usa e abusa do poder que lhe foi conferido pelos constituintes e, ao arrepio do estabelecido pela “Cartilha do Servidor Público”, confunde - vezes sem conta e conta sem vezes – imunidade decorrente do cargo que ocupa com impunidade. Vem isso a (des)propósito do facto de Salvador Namburete (mandar) estacionar a viatura de marca Mercedes - cor branca, matrícula MMR - 67 - 73 – à porta do Ministério de que é titular, mormente no passeio da Avenida 25 de Setembro, o que, convenhamos, dificulta o “vai-vem” dos transeuntes sem que a Policia Camarária tome medidas fazendo juz ao seu papel. Ou será que basta ser governante para atropelar todas as regras (e mais algumas), no caso as de trânsito?

FMI defende rede social de segurança para enfrentar aumento de preços
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu recentemente que as autoridades moçambicanas devem apostar numa “rede social de segurança” que permita amortecer o impacto interno, causador de insatisfação popular, da alta internacional do preço do petróleo e dos alimentos. Em declarações à Agência Lusa, o chefe da missão do FMI que, de 18 a 31 de Março esteve em Moçambique a avaliar o desempenho económico do País, deu como exemplo o subsídio entregue pelo Governo aos operadores de transportes privados de passageiros (“chapas”) para evitar o aumento de tarifas motivado pela subida do preço do petróleo nos mercados internacionais. “O que é importante é ter em Moçambique uma rede social de segurança muito bem desenhada. Depois é preciso pensar numa estratégia de médio e longo prazo de aumentar a oferta, o que poderá aumentar a quantidade de produtos no mercado e reduzir problemas.

Governo de Guebuza aprova aumento de municípios para 43
O Governo aprovou ontem em Maputo a criação de 10 novas autarquias no País, devendo a medida ser ratificada pela Assembleia da República, para que o País passe a ter 43 municípios. Reunido ontem na sua VIII Sessão Ordinária, o Conselho de Ministros de Moçambique decidiu elevar ao estatuto de município as seguintes vilas: Namaacha, Macia e Massinga, no Sul do País, Gorongosa, Gondola, Alto Molócué, e Ulóngué, no centro do País, e Ri-baué, Mueda e Marrupa, no Norte do País.

O livro apócrifo de Job (II) (por Gil Gonçalves)
A História faz-se com generais. Nos campos de batalha, a História não existe para os soldados. O futebolista tem a inteligência nas pernas, o sábio tem-na no cérebro. O nosso leão velho está saudável. Os filhos dos famintos andam dispersos, não sabem o que querem. O nosso segredo é fazermos tudo em degredo. Adormecemo-los com narcóticos poderosos. Quando acordam ficam cheios de visões.

HARARE: Líder da oposição do zimbabueana nega negociações para renúncia de Robert Mugabe
O líder da oposição zimbabuano, Morgan Tsvangirai, negou terça-feira que seu grupo político esteja negociando com o partido governista a renúncia do presidente Robert Mugabe. “Não nos guiemos por conjeturas —não há discussões (com o partido governista), e vamos esperar os resultados da Comissão Eleitoral”, afirmou Tsvangirai, presidente do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). A aparição pública de Tsvangirai esta noite foi a primeira após as eleições do último sábado. Desde então, o partido esteve representado quase exclusivamente por seu secretário-geral, Tedai Biti.

IRAQUE: Morte de oito elementos de milícia recrutada pelos EUA
Oito elementos de uma milícia recrutada pelo exército norte-americano para lutar contra a al-Qaida morreram na explosão de um engenho armadilhado, no centro-norte do Iraque, anunciaram ontem as forças dos Estados Unidos. De acordo com um comunicado do exército norte-americano, a bomba explodiu quando os elementos da milícia a encontraram, terça-feira, à beira de uma estrada. Na sequência da explosão, que ocorreu a cerca de 200 quilómetros a norte de Bagdad, outras três pessoas ficaram feridas.

ANGOLA: Sobe para 24 número de mortos no desmoronamento da sede da DNIC
O número de vítimas mortais no desabamento do edifício da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), em Luanda subiu para 24, adiantou ontem a Rádio nacional de Angola. A notícia foi avançada pela Rádio Nacional de Angola, que, citando elementos das equipas de salvamento, actualizou o número de mortos para 24, com a retirada dos escombros na madrugada de hoje de mais nove corpos, que se somam aos 15 encontrados até à noite de Domingo. Entretanto, segundo a mesma estação, o Governo angolano prometeu ontem que as vítimas do desabamento do edifício da DNIC vão ter um funeral condigno. Mais de 48 horas depois da derrocada do prédio de sete andares, as equipas de salvamento continuam as buscas, embora tenham já reconhecido que não deve ser possível encontrar mais pessoas com vida.

SÃO TOME E PRÍNCIPE: Filmes voltam ao país 15 anos depois pela mão da Lusomundo
Uma parceria entre a portuguesa Lusomundo e a empresa Irmãos Monteiro, de São Tomé e Príncipe, permitiu o regresso das longas-metragens à única sala de cinema do arquipélago, depois de 15 anos de tela “às escuras”. O Cinema Marcelo da Veiga, na centro da cidade de São Tomé, voltou “à vida” no passado fim-de-semana, graças à projecção do policial norte-americano “Gangster Americano”, mas a parceria não se prende apenas com a projecção de filmes, segundo disse à Lusa o representante do Lusomundo, Carlos Ribeiro. “Pretendemos transformar o cinema numa casa de espectáculo, trazer a esta casa artistas sãotomenses e internacionais”,afirmou.

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