sexta-feira, 4 de abril de 2008

Alguns destaques da edição 186, de 4/Abr/2008

Quando elas partem para o “engante” não há homem que resista à tentação
- Estudo sugere que mulheres “são mais espertas” na paquera

OS HOMENS têm dificuldade de interpretar os sinais das mulheres. Um estudo realizado nos Estados Unidos sugere que os homens têm mais dificuldade em identificar os sinais não-verbais demonstrados na hora da paquera do que as mulheres. A pesquisa, realizada na Universidade de Indiana, reuniu 280 estudantes heterossexuais com idade média de 20 anos - a maioria dos participantes (64%) era composta por homens.

PAX ANGOLANA: Seis anos + um de consolidação da mediocridade (por Jorge Eurico)
O aperto de mão sincero entre os generais Armando da Cruz Neto e Geraldo Abreu “Kamorteiro”, então responsáveis máximos das Forças Armadas Angolanas (FAA- Governo) e das Forças de Libertação de Angola (FALA - UNITA), na manhã de 04 de Abril de 2002, no Palácio dos Congressos, em Luanda, selou o Acordo de Paz que colocou um ponto final à guerra fratricida que durante 27 anos ceifou vidas (não foram poucas), provocou dor (indescritível), luto (a cor preta era uma constante na nossa indumentária), separou irmãos (muitos tiveram que abandonar o País para preservar as suas vidas), provocou feridas (que ainda sangram) e cicatrizes (que ainda doem). Passados cinco anos + um era suposto possível e desejável Angola ter Justiça, Trabalho e Paz, tolerância política, mais oportunidades, menos violência, e acabar com a privatização do Estado por parte do partido no poder.

Governo aposta forte (e feio) na construção de refinaria em Matutuíne
O ministro da Energia, Salvador Namburete, anunciou ontem que um grupo de investidores apresentou ao Governo um projecto de construção de uma refinaria de petróleo no País orçado em 5,1 mil milhões de euros. Caso seja aprovada, a instalação da refinaria, a ser construída no distrito de Matutuíne, província de Maputo (Sul), será o segundo empreendimento do género a ser autorizado pelo Executivo, depois de um projecto de refinaria de 3,2 mil milhões de euros ter sido aprovado em finais de 2007, para o distrito de Nacala, província de Nampula (Norte). “Há uma proposta de construção de uma refinaria que foi recebida pelo Ministério da Energia por um grupo de investidores, mas ainda tem de ser aprovada pelo Conselho de Ministros”, disse Namburete, sem especificar a identidade dos investidores.

Duas mulheres detidas à chegada a Maputo por transportarem cocaína
Duas mulheres, uma moçambicana e outra sul-africana, foram detidas no aeroporto internacional de Maputo por transportarem droga, alegadamente proveniente do Brasil, em voos da companhia aérea portuguesa TAP, anunciou ontem a policial moçambicana. De acordo com o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, a cidadã sul-africana tinha em seu poder 64 ampolas de cocaína. “Esta mulher vinha do Brasil e foi detida quando acabava de desembarcar de um avião da TAP”, disse o porta-voz da PRM ao apresentar aos jornalistas o balanço sobre criminalidade no País durante a semana passada.

Maputo-Lisboa: Se a corrente passa é porque a ligação está estabelecida (por Maria José Nogueira Pinto/Diário de Notícias)
Cheguei pela primeira vez à cidade de Maputo, então Lourenço Marques, há muitos anos atrás. Viajava num paquete e à vista de terra, como sempre acontecia, os passageiros corriam pelo deck e debruçavam-se das amuradas invadidos por sentimentos diversos: para uns o regresso, para outros a novidade. Fui dominada pela vista deslumbrante de uma cidade de traçado rigoroso e limpo, a lembrar Haussman, uma vegetação luxuriante disciplinando o espaço, casario branco e luz como poalha dourada. Voltei uma e outra vez depois da independência e olho sempre para o copo meio cheio, registando as melhorias: um espaço público mais bem cuidado, verde por todo o lado, menos buracos no asfalto do que em algumas ruas de Lisboa, uma incipiente mas visível reabilitação urbana, as fachadas dos edifícios públicos pintadas, o grande Liceu Josina Machel com todos os vidros inteiros. As avenidas largas, as enormes acácias, os restaurantes e esplanadas ajudam a um ar cosmopolita e os pequenos mercados, o artesanato, os panos de batik desfraldados na marginal, os “chapas” a abarrotar, a “Casa Elefante” contrastam com um gigantesco centro comercial (progresso “oblige”) e lojas cujas montras se assemelham ao Prix Unique francês dos anos sessenta. Sinto-me bem aqui.

O livro apócrifo de Job (III) (por Gil Gonçalves, Luanda)
As grandes batalhas são sempre militares. Não existem grandes batalhas para acabarem com a fome. Se milhões de seres humanos aplaudem os pés dos jogadores, isso significa que são bípedes. A vossa vida é como o vento; vem e esvai-se. É a sepultura donde nunca conseguem sair. As casas dos ricos estão sempre cheias de guardas; as vossas estão bem guardadas pela fome. Nem cama tem para se consolarem; como lençol, alguns plásticos, um cobertor e um balde para água; dormem infelizes no chão. Mesmo assim o Sempiterno não vos deixa, espanta-vos com pesadelos e visões da fome. Para quê tanto sofrimento; se a morte é melhor. Viver um nadinha é confortável. Não há um único momento em que não me incomodem; sentem enorme prazer inexplicável. Só o Sempiterno o sabe.

ZIMBABUÉ: A derrota do velho crocodilo
O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, admitiu para sua família e os seus assessores que perdeu a eleição mais importante dos seus 28 anos de Governo, informou ontem o jornal sul-africano “Business Day”. Mugabe perdeu o controle do Parlamento pela primeira vez desde que o país obteve a independência de maneira oficial, em 1980, e o opositor do Movimento para a Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês) disse também que foi derrotado na eleição presidencial de sábado passado e deveria reconhecer a derrota.

Robert Mugabe poderá exilar-se (por Orlando Castro/Jornal de Notícias)
Uma depois das eleições no Zimbabué, o resultado continua a ser uma incógnita, aumentando o receio de conflitos similares aos do Quénia. No entanto, a possibilidade de o actual presidente, Robert Mugabe, abandonar o país e partir para o exílio ganha contornos mais nítidos. Sob a mediação de um país africano (provavelmente a África do Sul), representantes de Mugabe e da Oposição liderada por Morgan Tsvangirai (virtual presidente) terão chegado a acordo para que, “com a dignidade de um chefe de Estado”, Robert Mugabe aceite exilar-se voluntariamente na Namíbia ou na Malásia Admite-se que o atraso na divulgação dos resultados esteja relacionado com esta alternativa que, segundo fontes em Harare, é bem vista quer pelos tradicionais aliados africanos quer pela comunidade internacional.

Estas e outras notícias podem ser lidas, na íntegra, em PDF, solicitando via e-mail ao lado

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