segunda-feira, 21 de abril de 2008

Alguns destaques da edição 195, de 21/Abr/2008

PALOP derrotados copiosa e vergonhosamente na batalha contra Sida
- Combate ao HIV/Sida em Moçambique vai exigir um grande esforço
OS PAÍSES Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) vão fracassar no cumprimento da meta do milénio sobre o acesso universal à prevenção, tratamento, cuidados e apoios a pessoas que vivem com o VIH/SIDA até 2010. O alerta foi feito recentemente pelo representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Sida (UNAIDS) no Brasil, Pedro Chequer, na abertura do II Congresso dos Países de Língua Portuguesa sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e Sida, a decorrer no Rio de Janeiro.

FRELIMO, MPLA e ZANU-PF (por Orlando Castro)
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, denunciou recentemente a “cumplicidade” dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) com o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, defendendo a necessidade de serem conhecidos os resultados eleitorais. Para bons entendedores (há poucos) registe-se que curiosamente, ou talvez não, Angola preside ao órgão Político de Defesa e Segurança da SADC que coordena as equipas que supervisionam eleições nos países membros, tendo coordenado as eleições que decorreram em 29 de Março no Zimbabué. “A atitude dos países da região não é surpresa para nós. A postura dos governos da SADC foi sempre de cumplicidade, uma vez que são camaradas do tempo das guerras de libertação e tudo o que fazem encontra uma certa conivência entre eles”, afirmou Samakuva, em declarações aos jornalistas no Porto (Portugal).

Aeroportos africanos defendem mais financiamentos para melhorar segurança
Os gestores das empresas de aeroportos de África advogaram ontem em Maputo a concessão de “mais financiamentos” para a melhoria do sistema de segurança aeroportuária e aérea do continente, considerado o pior do mundo. No mais recente capítulo da história negra da aviação africana, 83 pessoas morreram na quinta-feira, quando um avião se despenhou na República Democrática do Congo (RDC), um dos mais perigosos lugares do mundo para se voar. O aumento de recursos para os aeroportos africanos e a segurança do espaço aéreo continental são algumas das questões centrais em debate desde quarta-feira em Maputo na reunião do Conselho Internacional dos Aeroportos de África. Falando à margem do encontro, no qual participam 100 especialistas provenientes de 45 países do continente, o porta-voz da reunião, António Silva, disse à Lusa que o estado obsoleto em que o sistema aeroportuário e aéreo africano se encontra reflecte a debilidade das suas economias. “Os aeroportos não são uma ilha, os atrasos que eles registam reflectem a debilidade das economias dos seus países, é por isso que têm de ser dados mais financiamentos ao sector”, sublinhou Silva.

Governo investe em infraestruturas energéticas e minerais para criar riqueza
A ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, disse que Moçambique tem vindo a apostar na criação de infra-estruturas nos sectores geológico, de minerais e energético por serem factores fundamentais na criação de riqueza e combate à pobreza. Esperança Bias falava na última quarta-feira na cerimónia de abertura da primeira conferência de minas e energia de Moçambique, que reúne 200 participantes em representação de 20 países.

Historiadora portuguesa defende “obsessão” de Marcello Caetano por Guerra Colonial
O arrastamento da opção militar nas ex-colónias portuguesas em África deveu-se à “obsessão de Marcello Caetano pela continuação da Guerra Colonial”, defendeu ontem, em Maputo, a historiadora portuguesa Amélia Neves de Souto. Para a investigadora, que ontem lançou no Instituto Camões de Maputo o seu livro “Administração e Guerra Colonial em Moçambique”, o sucessor de Salazar na presidência do Conselho do Estado Novo, contrariou desta forma as expectativas de uma solução menos desgastante para a questão colonial. “Marcelo Caetano ascende com o condão de quem vai reformar e liberalizar mas, em paralelo com estes princípos, compromete-se também a prolongar a Guerra Colonial, frustrando as expectativas dos opositores democráticos e dos sectores liberais”, frisou Amélia Neves de Souto. “A indicação de Kaúlza de Arriaga à chefia do exército colonial português acentua as desconfianças de que Caetano aposta na via militar para resolver o problema colonial”, explicou Amélia Souto.

O CAVALEIRO DO REI (III): O cavaleiro Epok (por Gil Gonçalves)
O cavaleiro Epok alista-se para a liça. É o cruel paladino, opressor das massas cinzentas, anti-manifestações, antídoto anti-tudo. Altaneiro, contempla a soberba nobreza, que suavemente o aplaude. A rainha anseia pelo seu estandarte pessoal. Uma princesa, filha dos reis acerca-se. Está de trombas. Senta-se bastante afastada dos pais. O cavaleiro Epok empertiga-se, sente-se dono da bola, cavaleiro de Carlos Magno. Impacienta-se, porque não vê nenhum adversário. Não descobre que faz figura de parvo, agenda sem consenso. Tem que mostrar que o seu partido é o melhor, sempre da maioria.

Limites à tolerância (I) (Ntunda Tonet)
A palavra tolerância deriva do latim tolerare (sustentar, suportar). É um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Na presente abordagem, propusemos a visão minuciosa em torno da relação terminológica na vida social.

GUINÉ-BISSAU: Cão na origem dos confrontos entre polícias guineenses também morreu
O cão que esteve na origem dos incidentes de domingo passado em Bissau, que culminaram com a invasão das instalações da Polícia Judiciária (PJ) pelas forças de Intervenção Rápida (PIR) e com o assassínio de um agente, também está morto. A Agência Lusa foi procurar o animal que originou todos os incidentes registados durante o fim-de-semana e foi informada que o cão morreu, depois de ter sido espancado por vários populares. A morte do animal levou depois à confrontação entre agentes da PJ e da PIR.

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