As autoridades moçambicanas destacaram hoje uma equipa do executivo central para dar assistência aos governos provinciais das regiões de Moçambique já em alerta vermelho devido às cheias que atingiram 55.000 pessoas e tendem a piorar.
A equipa é liderada pelo ministro da Educação e Cultura de Moçambique, Aires Aly, que, na qualidade de membro do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, se encontra em Nova Mambone, vila de Inhambane, Sul, também afectada pelas cheias que assolam sobretudo o Centro e Norte do país.
A equipa pretende igualmente analisar a resposta dada pelas autoridades locais, bem como capacitá-las para, de "forma sustentável, enfrentar a situação das cheias", disse Aly.
Informações disponíveis até ao momento dão conta de que as regiões atingidas poderão continuar submersas, devido à contínua queda de chuvas no Zimbabué, Zâmbia e Malawi, países vizinhos de Moçambique, e às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, em Tete, centro do país.
Pelo menos 2.500 famílias foram resgatadas das zonas ribeirinhas, consideradas de risco. O governador de Sofala, Alberto Vaquina, afirmou há dias que três pessoas morreram por afogamento, mas um porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) já desmentiu a notícia, afirmando que, até ao momento, não se registou nenhuma morte directa em consequência das cheias.
Quinta-feira, o Governo moçambicano activou o alerta vermelho, ainda em vigor, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência (CNOE) para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco.
O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08.
O CNOE coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias. O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária.
Contudo, as autoridades moçambicanas afastam, para já, a hipótese de lançar um apelo internacional.
A situação das cheias na região centro e norte de Moçambique tende a atingir proporções alarmantes, facto que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência.
Dados oficiais divulgados em Maputo indicam que o nível das quatro Bacias Hidrográficas continuará acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malawi, regiões de onde vêm grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique.
A bacia do rio Save, a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, continuam inundadas, enquanto as bacias do Búzi e do Púngoe, ambas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, tendo já sido cortadas algumas vias de acesso rodoviário.
Em 2007, as cheias em Moçambique provocaram pelo menos 29 mortos e cerca de 60.000 deslocados.
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