quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Cerca de 200 mil jovens nos postos de recenseamento militar

Cerca de 200 mil moçambicanos são chamados a participar, a partir de hoje, no recenseamento militar obrigatório que decorre em Moçambique. O registo dos jovens de ambos os sexos - que completam 18 anos até Dezembro deste ano - será feito nos centros de recrutamento das 11 províncias moçambicanas e nos consulados no estrangeiro e visa proceder à sua integração nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).


A operação será alargada aos cidadãos até aos 35 anos que, por diversos motivos, não se tenham recenseado em ocasiões anteriores. Um comunicado do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique indica que o cidadão que não se apresentar ao recenseamento militar no período e locais indicados deverá procurar regularizar a sua situação nos 30 dias subsequentes à data de 28 de Fevereiro.


Na nota adverte-se que caso o cidadão abrangido não se apresente no posto de recenseamento militar e não regularize a sua situação nos prazos referidos será considerado faltoso, ficando sujeito a sanções nos termos da lei.


Em declarações hoje à Lusa, o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional de Moçambique, Joaquim Mataruca, explicou que uma das penalizações é o impedimento de se matricular em qualquer estabelecimento de ensino.


Segundo Mataruca, a certidão de censo militar é não só exigido para a matrícula escolar, como para o pedido de passaporte. O actual efectivo do exército de Moçambique atinge os 18 mil homens, depois da maioria das antigas tropas governamentais da FRELIMO e da guerrilha da RENAMO, hoje principal partido da oposição, terem preferido a desmobilização à integração no exército unificado definido no Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, em Outubro de 1992.

No âmbito do referido acordo, que pôs termo a 16 aos de guerra civil no país, as FADM deviam ser compostas por 30 mil homens, metade das forças regulares (governamentais) e os outros 15 mil da guerrilha.

O actual modo de ingresso nas FADM continua a dividir a FRELIMO e a RENAMO, com o partido no poder a defender a manutenção do serviço militar obrigatório e a oposição a advogar a inserção voluntária, como primeira etapa para a profissionalização do exército.

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