O Governo moçambicano activou o alerta vermelho devido às cheias no centro do País, que afectaram já 55.000 pessoas, e accionou o Centro Nacional Operacional de Emergência para coordenar operações de socorro e retirada de populações em risco.
O porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Bonifácio António, admitiu que a situação de cheias no centro de Moçambique vai piorar nos próximos dias, devido às descargas da Hidroeléctrica de Cahora Bassa e às chuvas nos países vizinhos, embora adiantando que poderá haver um período de estabilidade.
O alerta máximo de cheias foi decretado por proposta do INGC, durante uma reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que analisou quinta-feira a situação de cheias e inundações da época chuvosa 2007/08.
O Centro Nacional Operacional de Emergência coordenará as operações de socorro e de retirada coordenada e compulsiva das populações em risco ou sitiadas devido às cheias. O ministro da Administração Estatal de Moçambique, Lucas Chomera, que preside àquele órgão, referiu que o alerta vermelho visa permitir que os parceiros de cooperação revejam os seus planos para a assistência humanitária. Contudo, as autoridades moçambicanas afastam para já a hipótese de lançar um apelo internacional.
O ministro da Administração Estatal indicou que a capacidade interna em meios humanos está já a ser usada na totalidade, situação que está a forçar as autoridades moçambicanas a reverem o seu plano de contingência. "Estamos, neste ano, a registar uma situação anormal em relação ao comportamento chuvoso. Nunca tivemos uma situação de, neste período do ano, termos quase todos os grandes rios que atravessam o país a transbordarem", disse Lucas Chomera. "Os solos já estavam saturados e as chuvas vieram complicar a situação e tudo indica que teremos ainda grandes problemas", admitiu.
Segundo dados oficiais divulgados em Maputo, a situação nas quatro Bacias Hidrográficas continua acima do normal devido às chuvas na Zâmbia, Zimbabué e Malaui, regiões de onde vem grande parte dos principais rios que atravessam Moçambique. "Neste momento os rios Save, Búzi, Púngue e Zambeze, apresentam níveis hidrométricos acima do nível crítico em quase todas as estações de observação", anunciou o INGC em comunicado.
Na bacia do Save estão inundadas a sede do distrito de Machanga e a vila de Nova Mambone, no distrito de Govúro, enquanto na bacia do Búzi está inundada a vila do Búzi e na bacia do Púngue, todas na região centro, estão alagadas extensas áreas dos distritos de Dondo e Nhamatanda, ameaçando cortar vias de acesso.
Na bacia do Zambeze as inundações atingem algumas áreas dos distritos de Mutarara, Marromeu, Caia, Chinde e Mopeia. Em consequência das inundações nestas bacias, mais de 55.000 pessoas foram afectadas, das quais cerca de 13 mil estão nos centros de reassentamento e as restantes encontram-se temporariamente abrigadas em escolas ou outras instituições públicas.
1 comentário:
Boa!!! Até que enfim há uma actualização do O Observador!! Espero que não fique mais por aqui!!
Bom Ano a todos
Cumprimentos
LCA
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