sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Grindrod compra acções de empresa portuguesa no porto de Maputo

A empresa sul-africana Grindrod adquiriu os 24,25 por cento de acções que os portugueses da Liscont detinham no terminal de contentores do porto de Maputo, noticiou recentemente o diário "Business Report" de Joanesburgo.

Segundo o jornal, um porta-voz da Grindrod confirmou que a empresa, em parceria com a Dubai Ports World (DPW), assumiu controlo de 36,25 por cento da Portus Indico, a empresa concessionária do terminal contentores do porto de Maputo, sendo incluídos no negócio os 12 por cento que eram detidos pelos suecos da Skanka, ex-sócios dos portugueses num dos portos com maior potencial de crescimento em toda a África.


Embora a Grindrod se tenha escusado a divulgar as verbas envolvidas, o "Business Report" cita a empresa Thomson Financial para referir que a Liscont recebeu 15 milhões de euros pela venda, enquanto os suecos da Skanka venderam os seus 12 por cento por 105 milhões de coroas suecas (11,2 milhões de euros).

A Grindrod e a Dubai Ports World detêm agora 48,5 por cento cada da Portus Indico, sendo os restantes 03 por cento detidos por um investidor moçambicano. A Portus Indico, por seu turno, detém 51 por cento da Maputo Port Development Company (MPDC), que administra a totalidade do porto da capital moçambicana em parceria com a empresa nacional caminhos-de-ferro CFM.
O porto de Maputo manuseava no início da década de 70 (1970) 15 milhões de toneladas de mercadorias/ano, tendo em 2006 atingido a melhor marca desde a independência e subsequente guerra civil, com 6,5 milhões de toneladas.
Os investidores olham com enorme optimismo para o porto de Maputo, já que ele poderá constituir cada vez mais uma alternativa viável para os importadores e exportadores da província economicamente mais forte da África do Sul, Gauteng.
Situada a pouco mais de 500 quilómetros de Gauteng (província que abrange Joanesburgo e Pretória), o porto da capital moçambicana pode ser utilizado de forma crescente pelas empresas sul-africanas uma vez que o maior porto sul-africano e do continente, Durban, mais ou menos à mesma distância, está a atingir a sua capacidade máxima e luta com problemas de expansão devido à falta de espaço já que a cidade estrangulou o porto.

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