O projecto “Ao sabor dos livros”, resultante de uma parceria entre a Universidade dos Açores e a Associação de Portugueses no Estrangeiro, permitiu que fossem entregues a duas bibliotecas de Moçambique 1500 livros infantis.
Dinamizado por Graça Castanho, professora da Universidade dos Açores, o projecto “Ao sabor dos livros” tem como missão criar uma secção de literatura infanto-juvenil na Biblioteca Nacional de Moçambique e na Biblioteca da Universidade Pedagógica, de modo a proporcionar aos mais jovens e professores textos diversificados que ajudem no desenvolvimento de competências, bem como do gosto pela leitura, contribuindo para uma sociedade cada vez mais informada.
A docente especialista em Metodologia do Ensino do Português como língua materna e língua estrangeira deslocou-se a Maputo para participar nas cerimónias de entrega de livros e promover uma acção de formação para docentes universitários e bibliotecários, nas áreas da dinamização da leitura e da escrita para crianças.
Da formação, com 32 participantes, saiu um grupo de trabalho que tem agora a responsabilidade de escrever e ilustrar textos de literatura infanto-juvenil, com temáticas moçambicanas, que serão publicados e distribuídos pelas escolas públicas no próximo ano lectivo.
Durante a realização de um trabalho de investigação efectuado em Moçambique (em 2006), no âmbito do pós-doutoramento realizado na Harvard University (EUA), Graça Castanho concluiu que, em Moçambique, a literatura infanto-juvenil está ausente nas escolas públicas e no lar da quase totalidade das crianças moçambicanas em idade escolar.
Por essa razão, Graça Castanho espera que “o lote de 1500 livros oferecidos à Biblioteca Nacional de Moçambique e à Biblioteca da Universidade Pedagógica proporcionem a estas instituições a implementação de novas dinâmicas de leitura e projectos junto das populações mais jovens, bem como contribuam para a qualidade do ensino, trazendo ao mesmo tempo muitas alegrias e conhecimentos aos seus leitores mais directos: crianças, adolescentes e professores”.Como ressalvou a docente, “com o projecto, não é nossa intenção impor leituras ou promover autores portugueses”.
O espólio oferecido integra traduções de autores estrangeiros, entre contos tradicionais, clássicos, literatura contemporânea, banda desenhada, poesia, textos dramáticos, livros informativos, enciclopédias e dicionários ilustrados. “Queremos que os professores e alunos percebam a importância dos livros nas suas vidas e se motivem para práticas de escrita de textos culturalmente relevantes para as crianças moçambicanas”, adiantou Graça Castanho.
Em Junho, a docente desloca-se de novo a Maputo para acompanhar o projecto no terreno.
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