Os espadachins do regime, quiçá tendo em atenção as eleições que serão realizadas em Setembro próximo, já começaram a desembainhar as suas espadas e a esgrimi-las contra (tudo e) todos aqueles que lutam para manter acesa a chama da liberdade e consolidar a democracia (in)existente na Pátria de Agostinho Neto.
Enquanto uns lutam (são muito poucos) para manter acesa a chama da liberdade e consolidar a democracia (in)existente em Angola, outros (não são poucos) esfolam mãos e joelhos para apagar a chama da liberdade, desconstruir a democracia (in)existente e pensar demorada e denodadamente como estragar a vida dos amantes das Liberdades de Expressão e de Imprensa.
A atestar isso está a recente prisão ilegal de Graça Campos, jornalista e director do Semanário Angolense, em decorrência de um processo-crime instaurado por um papalvo que se deixou usar pelo regime, e a chamada, quinta-feira última, de William Tonet, jornalista e director do bissemanário Folha 8, ao quinto andar da Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), em virtude de uma queixa-crime apresentada por Hélder Vieira Dias Júnior (Kopelipa), futuro ex-chefe da Casa Militar da Presidência da República, José Maria, chefe da Contra Inteligência Militar, e Hélder Pita Gróz, director da Policia Judiciária Militar.
Fiquei a saber, por exemplo, que o hebdomadário “O Independente”, que já tinha sido “morto” e “enterrado”, acabou de “ressuscitar”. O jornal ressurgiu para fazer acusações graves a William Tonet. Diz o jornal que Tonet acaparou-se de quatro milhões de dólares que o Comando Geral da Polícia havia disponibilizado para que a empresa do jornalista construísse uns tantos jangos na ilha do Mussulo. Escreve o semanário que Tonet tem usado tal dinheiro para tratar-se, no Brasil, dos vírus do VIH/Sida, de que é portador há mais de cinco anos.
Vamos por partes. Hélder Vieira Dias (Kopelipa), José Maria e Hélder Pita Gróz estão no seu Direito de processar William Tonet, mas tenho a certeza absoluta que esta não era (é) a vontade destes generais. A verdadeira vontade destes homens de mão de José Eduardo dos Santos (estão a semear vento, meus senhores...) é a de enfiar um tiro bem rosto do director do Folha8. E porquê que eles fariam isso? Porque sei que Kopelipa, Zé Maria e Pita Gróz são homens que já mostraram, por palavras, actos e omissões, uma manifesta e inapta capacidade para lidar com valores como Democracia, Tolerância Política, Liberdade de Imprensa, de Expressão e são contra o exercício aberto e plural da cidadania.
Sei que a estes três homens apetece dar um tiro a William Tonet por ele ser um jornalista que chama as coisas pelos próprios nomes e enfrenta de peito aberto os maus ventos e as péssimas marés que vão tendo lugar em Angola. Apetece-lhes tirar a vida do director do Folha 8 pelo facto de William Tonet não ser um homem de meter o rabinho entre as pernas quando sopra uma brisa ou quando as ondas estão mais altas. Mesmo quando ameaçado física, moral e mortalmente como agora.
1 comentário:
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